O templo (2)

Megafoto - Flamengo 1 X 1 Vasco - Final Campeonato Carioca 2014Domingo eu fui ao Maracanã, fui torcer pro time que sou fã. Foi minha primeira vez no estádio para ver um jogo. Ia na Libertadores, mas desisti (sábia decisão?).

Foi meu primeiro jogo no New Maraca. E foi tudo muito estranho.

Quando o visitei vazio, já tinha sentido a diferença, claro. Mas com jogo rolando é assustador. É claro que tem as coisas boas, como acesso, organização e banheiros (quero ver no pós-copa), mas todo o resto é muito estranho. Não sei nem dizer se é ruim. Mas é muito, muito estranho.

Primeiro, o campo. Fiquei no mesmo lugar que ficava antes, ali entre a Charanga (no tempo em que ela existia) e a Raça. E a diferença de tamanho é muita. O campo é muito menor, a diferença é gritante, e não consegui entender porque não deixaram espaço suficiente para que voltasse às medidas originais (o máximo permitido pela regra) depois da Copa do Mundo.

Depois, a estrutura geral, tudo é igual. E pra quem cresceu no concreto, da geral à tribuna de honra, é um baita susto. Tudo é arquibancada/cadeira, com espaço demais pras áreas vips etc. Então, não é pouco o esforço (não foi pra mim, pelo menos) pra se ambientar naquele novo espaço.

Mas o pior de tudo (e isso é realmente ruim) é a mudança na acústica. O bicho não ressoa. Um lado não sabe mais o que o outro está gritando. E isso faz uma baita diferença no clima do estádio. E pra nós, que estamos do lado certo da força… Aquele grito de Mennnnnnngo, em ré menor, que ia crescendo em compassos e atrasos de eco, e apavorando como um fantasma quem estava do outro lado, simplesmente viaja pelo estádio, para fora do estádio. Se dispersa naquela cobertura anômala e na falta de gente suficiente que o faça vibrar. E isso é muito triste.

É um lindo estádio, sem dúvidas, e muito funcional. Mas não tem alma (pelo menos por enquanto, até que a gente se acostume). Também é claro que a criança que hoje tem seus 5, 6 anos, talvez 8, e vai ao Maracanã pela primeira vez e se apaixona e vai frenquentá-lo nas próximas décadas, não sofrerá. Muito pelo contrário. Pelo menos pelos próximos 30, 35 anos. Até que a arena passe pela sua trocentésima reforma.

E então, saudoso e saudosista, vai escrever para o equivalente de blog que existir na época, que o Maraca perdeu a alma.

Invicto

Mole, mole

O jogo foi uma bosta. E é fácil falar isso hoje, com a cabeça fria. Porque, na hora, o que se sente é o frio na espinha pelo risco de ter seu goleiro expulso, é a raiva pelo gol ilegal validado, é o espanto por ver um dos piores passadores do mundo ser o melhor em campo e dar – vejam só – o passe decisivo para o gol salvador, é o ficar embasbacado por ver um árbitro tão ruim ser escalado para um clássico decisivo, é o alívio por ver a bola no fundo do barbante decretar a vitória na disputa de pênaltis.

É impressionante como um FlaFlu é bom mesmo quando é ruim. Se decisivo, então… Mas o jogo de ontem e a final alcançada pelo Flamengo deixam alguns detalhes a se observar.

Mole, mole

Alguém tem dúvidas de que o Flamengo, desde que começou o ano, independente das presenças das estrelas em campo, não fez nenhum grande jogo? Boa parte da culpa é do profexô, que até hoje não definiu um time e o jeito desse time jogar. E estamos jogando tão mal, tão mal, que estamos há cinco jogos sem vencer, pagamos um mico histórico na última quarta, contra o Horizonte, e mesmo assim seguimos sem adversários no carioqueta.

Eu, que sou um conhecido pessimista, quase um profeta do apocalipse, digo e assino: o Flamengo será o campeão carioca de 2011. Sabem por quê? Porque se tudo der errado, teremos que jogar três vezes seguidas contra o time de São Cristóvão, aquele que entra em campo com cinto de segurança.

Pois bem, todo mundo sabe que o tal time não ganha uma decisão do Flamengo, praticamente, desde que o mundo é mundo. E isso já faz muito tempo. Então, é claro que um dia os caras vão dar uma beliscada, nada é eterno. Mas alguém realmente acredita que, em três jogos, o Flamengo perde campeonato pra coirmão municipal ou estadual? Ainda mais em se tratando de freguês tão assíduo, cliente tão fiel? Eu, se fosse o Pedro, nem gastava dinheiro com o pay per view.

Como disse o Caius ontem, de vez em quando dá um curto circuito, acontece um acidente e tal, mas a verdade que é que o Flamengo já não tem adversário por aqui há muito tempo.

Migué

Reza a lenda que foi o joelho. Reza a lenda que foi a manguaça. Hummm… Como nunca saberemos a verdade e engoliremos apenas a versão oficial. Podemos deixar passar? Acho que sim, foi só a primeira e pra quem aturou Adriano, é mole. Mas é bom ficar de olho pro negócio não virar rotina. O que não pode acontecer é o sujeito que é o capitão do time ir embora do estádio e não assistir a partida ali do banco de reservas. Pegou mal.

Ah, profexô…

Se você é empresário e, entre os seus empregados, há alguém que cumpriu todas as metas, o que você faz? Talvez não o promova imediatamente, mas demiti-lo é que não vai. Mesmo que todas as metas tenham sido superadas ali, ali, no fio da navalha, na conta do chá. Esse é o caso do profexô.

Quando todo mundo sabe que o básico de um time bem entrosado é a constância, a repetição da escalação em jogos e treinos, o que ele faz? Não repetiu a escalação nenhuma vez. Como se não bastasse, inventou jogadores estranhos em posições estapafúrdias, como Renato na lateral e Ronaldinho como centroavante.

Como pode ser confirmado pelos resultados alcançados, só enfrentamos times médios e pequenos, até agora. Mas uma hora vai começar o campeonato de gente grande e do jeito que está, não vai dar pé.

Já falei sobre isso e alguns amigos, os mais jovens para quem o resultado é tudo o que importa, não entenderam bem. É preciso fazer o time jogar bem e isso não tem nada a ver com espetáculo. Tem a ver com, em campo, um saber onde o outro está de olhos fechados, em ter uma zaga segura em quem o goleiro possa confiar, um meio campo que tenha paz e segurança para armar o jogo, um ataque que tenha a confiança para decidir, ter um time tranqüilo para fazer a bola rodar, para saber a hora de acelerar ou acalmar um jogo, a hora de fazer pressão e dar o bote ou o quando e como preparar uma armadilha para sair no contra-ataque.

Mas para isso é preciso treinar, definir um time e o esquema de jogo. Porque jogando bem é muito mais fácil ganhar jogo e campeonato. Simples assim.

O que realmente importa?

O Flamengo empatou com o Madureira ontem. Pela maneira que foi, tem um certo ar de ‘graças a Deus’ nisso, pois chegou a estar perdendo por 3 a 1. E eu pergunto: e daí? Daí, nada. Não muda nada no campeonato. Apesar de estar em quarto no grupo, os três da frente estão com 10. Ainda faltam três rodadas: Duque de Caxias, Botafogo e Macaé. Basta vencer os dois menores que não precisa nem ganhar o clássico. Porque eles vão tropeçar.

Mas, mesmo que dê tudo errado, o Flamengo já está na final do campeonato. Então, não há com o quê se preocupar. Aliás, o que deve nos preocupar é essa tal invencibilidade. Todo mundo sabe que não existe time imbatível. Então, é lógico que quanto mais tempo invicto, mais perto estamos da primeira derrota. E eu nem ligaria se perdêssemos um dos três joguinhos que faltam no segundo turno.

É possível ser campeão invicto? Claro, o próprio Flamengo já foi quatro vezes (a última em 1996). Mas é provável? Esse é que é o problema. Então, é melhor perder logo agora, do que na final. Agora, o fato de ser capaz de fazer essa análise absolutamente racional, não significa que vou torcer para perder qualquer jogo. Até porque, com o time que tem (apesar da defesa instável), o Flamengo não podia perder nem ponto nesse campeonato.

Deixando um pouco os jogos de lado, algumas coisas já estavam me incomodando e ontem fiquei mesmo irritado.

Estamos invictos, mas estamos jogando bem? Fora uma ou duas partidas, não. E não estou preocupado com espetáculo não. Mas um time que joga bem tem muito mais chance de vencer do que o que joga mal. Estou maluco? Pois é inadmissível que no final de março, trocentos jogos depois de começar o ano, o profexô ainda faça experiências em jogos oficiais. É inadmissível que nosso time ainda sofra de desentrosamento.

Outra coisa que me deixou meio puto foi ver torcida xingando técnico e gritando o nome de Adriano. Vamos esquecer o sujeito, ele não vem. E mesmo que viesse, não estaria em campo pelos próximos dois meses. Então, não faria nenhuma diferença no jogo de ontem ou nos próximos. E enquanto neguinho, branquinho, azulzinho e amarelinho grita pelo imperador aposentado, nossa defesa leva três gols ridículos do Madureira. Ou seja, estão perdendo tempo e dinheiro com a coisa errada: nossos zagueiros são fracos e não temos lateral esquerdo. Alô presidenta, alô profexô, dá pra resolver a pendenga?

Por fim, já falei sobre isso aqui. Sei que ontem havia desfalques, mas nosso profexô continua armando o time errado. Se é verdade que não temos um grande homem gol no elenco, também é verdade que os meninos que andam por lá não deixam a dever nada para a grande maioria dos times do país. O que não dá é pra ficar aturando o sujeito fazendo invencionices e dando razão pra grito de Adriano na arquibancada. Pombas, será que é tão difícil assim fazer o simples ou ele precisa inventar sempre pra chamar a atenção da mídia?

Inspirado no Pardal

Evitei fazer farofa durante a semana porque vencer o Barreira/Bacaxá/Boavista era obrigação e assim tinha que ser encarado. Ah, mas o futebol é imprevisível e ninguém é mais bobo. Desculpem, mas acredito que o que mais tem por aí é bobo jogando bola. E até para a imprevisibilidade há limites, principalmente em momentos de decisão. E já faz anos que o Flamengo esgotou sua cota de zebras em finais.

Do jogo de ontem, ficaram duas coisas. A primeira, óbvio, o título com gol de falta feito pelo camisa dez que, depois de Zico, no Flamengo consagra jogador até em time de botão. A festa foi bonita, claro, mas a grande imagem da jogada foi captada pela câmera que estava atrás do gol de Felipe, do outro lado do campo. Quando Ronaldo bate a falta, Maldonado – que estava ali pelo círculo central – levanta os braços bem antes da bola entrar enquanto Ronaldo já corria para comemorar. Todo mundo já sabia que a bola era indefensável.

Em compensação, todo o resto do jogo foi terrível. E a culpa quase integral foi do nosso ‘querido’ profexô. Primeiro, colocou o time em campo com 800 meias e sem atacante. O que ele pensava? Que Ronaldinho faria as vezes de centroavante, entre três brutamontes no meio da área? Se já é covardia com o Deivid, que é de ofício… Mas não parou aí.

Um dos trocentos meias que ele colocou em campo foi Botinelli. Quer dizer, além de testar uma formação que nunca tinha utilizado, ainda lança o sujeito sem ritmo. Tudo ao mesmo tempo, em uma decisão. Sacanagem com a torcida? Ou está tentando provar que é mais genial que o professor Pardal? Ou, sei lá, quer queimar o argentino? O sujeito dá toda a pinta de que sabe jogar bola, mas tem que entrar aos poucos, jogando o segundo turno contra os times pequenos sem pressão de decisão.

Sigamos em frente, o time voltou para o segundo tempo com Negueba (vejam bem, eu comemorei a entrada do Negueba, tem noção do que significa isso?) no lugar do argentino. O garoto tentou duas ou três jogadas, mas foi só levar um chega pra lá mais firme que sumiu do jogo. Depois, entrou Diego Mauricio no lugar de Egídio. E Renato Canelada foi descolado para a lateral. Afinal, é impossível para o profexô fazer o simples.

Se Egídio não acertou nenhum cruzamento, o que fez Canelada de bom? Nada. O garoto, pelo menos, marcava direito. Então, o negócio era prender ele na defesa e tirar o Renato. Com Williams e Maldonado presos na defesa, o lateral esquerdo na posição e os dois zagueiros, todo o resto ficaria livre para jogar.

Aí veio a falta, o gol e o que fez o profexô? Tirou Thiago Neves para colocar o Angelim. Era o que faltava, o Flamengo jogar para segurar o resultado contra o Barreira/Bacaxá/Boavista. Ah, mas era final. Mas nem se fosse final de Copa do Mundo dá pra imaginar o Flamengo segurando 1 a 0 contra esse ou qualquer outro time, pequeno ou grande, faltando 15 minutos pra acabar. E com um a mais em campo!!! Se fossem três ou quatro, já seria discutível mas aceito.

Enfim, a festa foi bonita mas tem muita coisa errada com o time ainda. A taça é bonita, a disputa é charmosa, mas a Guanabara é só o primeiro turno. Ainda tem muito campeonato pela frente, a Copa do Brasil e o Brasileirão chegando.

 

Foto do dia: e ninguém cala…

Nem com a ajuda do profexô, que armou mal o time de novo, o Botafogo conseguiu vencer. Perder três de quatro pênaltis é risível. Que venha o Bacaxá, quer dizer, Boavista.

Foto do dia: Saquarema em festa

Depois do empate em 2 a 2, o goleiro Thiago defendeu as cobranças de Conca e Rodriguinho (foto) e levou o Boavista à final da Taça Guanabara.

Pequenas observações sobre quase tudo ou quase nada (2)

É impressionante como coisas simples, muitas vezes, deixam você de cabeça pra baixo. No meu caso, uma febre quase constante de 39º que apareceu sem motivo aparente e que, constante, nos fez ficar de vigília entre antitérmicos, banhos e compressas durante quase dois dias, até descobrir a garganta inflamada e começar o tratamento que, aos poucos, foi devolvendo a boa disposição e o sorriso – além do sono tranqüilo. E se eu fiquei meio fora de órbita, e até Adriça e Joana deram seus plantões ao redor do berço, certamente vocês conseguem imaginar como ficou a mãe da moça. O pior é que até hoje (2011!) ainda há gênios que as acreditam como sexo frágil. Ahã…

Mas mesmo depois de quatro dias sem praticamente abrir o computador, ler jornal ou prestar muita atenção à TV, metido que sou, resolvi dar aqui alguns pitacos sobre algumas notícias relevantes dos últimos dias.

 

Mínimo

Tenho achado muito curioso todo o noticiário que vem de Brasília nos últimos tempos. Como todos sabem, será bastante discutido e provavelmente votado o reajuste do salário mínimo nesta semana. E vejam como o termo ‘curioso’ realmente cabe aqui. Sem entrar na discussão sobre se é certa ou errada, o fato é que foi criada e aprovada uma regra (que deveria valer até 2023) para os reajustes anuais do vale coxinha nacional. Então, se está havendo discussões, pressões etc., é porque neguinho está rasgando a regra. Será que estou enganado?

Noves fora, a discussão ficou tão acalorada que o próprio presidente da câmara, Marco Maia (do mesmo PT de Dilma), disse que haverá um amplo debate na casa. Como o governo tem ampla maioria e deve conseguir a aprovação da milionária quantia de R$ 545, não se sabe o quanto há de farofa (afinal, a população precisa acreditar que os caras estão lá para defender seus interesses) e o quanto há de pressão por outros interesses. O que se sabe é que as nomeações para o segundo escalão estão paradas, à espera do resultado da votação.

Então, não é mesmo curioso? Porque é claro que fisiologismo não passa nem perto disso e eu devo mesmo estar meio doido.

 

Senna

É, eu também caí na esparrela de que haveria um duelo entre Bruno Senna e Nick Heidfeld pela vaga de substituto de Kubica na Lotus Renault (a preta). Diga-se de passagem, a postura do brasileiro durante a semana foi sensacional. Além de entender e concordar com a busca por alguém mais experiente para o desenvolvimento do carro, aproveitou a chance de andar com um F1 de verdade. Depois de quase 70 voltas no circuito de Jerez, na Espanha, foi consistente, fez bons tempos e passou boas informações para o time. Ganhou quilometragem e se mostrou pronto para assumir o posto de piloto no caso de eventualidades. Enquanto isso, o alemão deverá mesmo ser o escolhido para a vaga e o anúncio deve sair nesta semana, antes dos próximos testes, que acontecerão em Barcelona.

Enquanto isso, a Globo não perdeu a chance de fazer uma matéria bem ‘mela cueca’ sobre o nome Senna e o carro preto e dourado chamado de Lotus. Aquele velho papo de Brasil-il-il que não leva ninguém a lugar nenhum.

 

Frenesi faraônico

E Mubarak caiu e assumiu uma junta militar. Com uma promessa: governar pelos próximos seis meses ou até que seja possível convocar eleições gerais. De quebra, o parlamento desfeito e a constituição rasgada (oficialmente, uma comissão fará sua revisão com consultas à população). Não sei vocês, mas ando encafifado com essas promessas do novo governo, tenho a impressão que já li algo parecido com alguns livros de História por aqui. Mas deve ser só uma cisma boba minha né. Afinal, todas as grandes nações apoiaram (mesmo que a contragosto velado) a mudança no país.

É claro que não sou louco, sou contra qualquer tipo de ditadura. Mas há que se observar com cuidado o que vai acontecer no Egito daqui pra frente. Não sei porquê, mas tenho a impressão de que haverá problemas graves no futuro, algo como uma nova ditadura de fundo religioso, devidamente disfarçada por eleições. Tomara que eu esteja errado.

Outra coisa a se observar com atenção é que a confusão na terra dos faros não foi a primeira a começar, mas a primeira a ter resultado concreto. E que uma espécie de efeito cascata já pode ser visto em outros países do Oriente Médio e da Ásia. Será um ano bem barulhento ao redor do mundo, podem esperar.

 

Farelo

Um pouco mais de F1, vou arriscar falar de pneus. Existem algumas maneiras óbvias de se utilizar a participação no automobilismo como publicidade de pneus. A maior delas é mostrar que seu produto é extremamente confiável: durável (econômico) e seguro. Foi o que a Bridgestone fez desde que é fornecedora F1, entre outras categorias).

Pois a nova fornecedora, a Pirelli, resolveu assumir outro caminho. Em parceria com os anseios da FIA e da FOM por corridas mais emocionantes, seus pneus praticamente se esfarelam na pista, obrigando pilotos a serem mais delicados ao volante e – ao mesmo tempo – obrigando equipes a pensar em estratégias diferentes das até hoje habituais. Mesmo que isso não seja apresentado claramente em sua publicidade, isso mostrará como os pneus (e a maneira como você os usa) pode mudar o comportamento de um carro, tornando-o mais ou menos seguro.

Sobre o resto da Fórmula 1, só faltam mais duas baterias de testes antes do início da temporada. E é a partir da próxima, em Barcelona, que será possível começar a entender a relações de força do campeonato que vem aí. A pista espanhola é fundamental por vários aspectos e muitos dos trunfos que foram escondidos até agora pelas equipes serão, finalmente, apresentados. Ainda será possível ver brilharecos deste ou daquele time em busca de patrocinadores, mas ao final da semana já saberemos – com raros desvios – quem vai brigar pelo quê durante o ano.

 

Paz insuportável

Então tá, desde sexta-feira a polícia federal faz operação no Rio, com mandados de prisão contra trocentos policiais civis e militares que revendiam a traficantes, parte do material apreendido (drogas, armas e munição) em operações nas favelas, inclusive naquela que virou propaganda de governo, no Alemão e na Vila Cruzeiro.

E aí, já ouvimos e continuaremos ouvindo expressões como ‘cortar a própria carne’(ou vocês acreditam que o nome “operação guilhotina” é por acaso?), ‘depurar a instituição’ e coisas do gênero.

Preciso admitir que estou positivamente surpreso, pois a coisa apareceu de maneira rápida para os nossos padrões. O problema é que é justamente por coisas assim que não perco a desconfiança de que todo o esforço feito até agora não passa de uma espécie de maquiagem para que o cenário esteja a contento para a copa de 2014 e os jogos de 2016. Mas vocês não tem noção de como eu quero estar completamente errado sobre isso.

 

Passou da hora

E o Flamengo goleou o Resende por 1 a 0 hoje e terminou a fase de classificação da Taça Guanabara com 100% de aproveitamento. Lindo! Só que, a despeito dos números, não vi o time jogar bem de verdade durante um jogo inteiro até agora. E, sinceramente, já passou da hora do profexô dar um padrão de jogo para o time. Porque a verdade é que, até agora, foi só baba. Tanto que o ex-Bacaxá passou para as semifinais em segundo no grupo.

Mas não há como negar que somos favoritos. Afinal, nosso próximo adversário conseguiu empatar com Bangu e Macaé. E o Fluminense perdeu para ele… O que me incomoda nessa história (é, sou mesmo fatalista e pessimista) são os tais 100%. Porque todo mundo sabe que ninguém é imbatível, e quanto mais tempo passamos invictos, mais perto estamos da primeira derrota. Tomara que não seja agora.

Noves fora, antes do jogo com o Botafogo, teremos a estréia na Copa do Brasil contra o Murici de Alagoas. Bom momento para o time encaixar, como gostam os boleiros, e começar a jogar bem. Porque a Copa do Brasil vale muito e 2 a 0 lá garante ao time uma semana livre de compromissos para treinar em paz.

 

Aposentadoria

Cá entre nós, já tinha passado muito da hora do gordo pendurar as chuteiras, já faz anos que luta de modo absurdo contra as contusões e o tamanho da barriga.

Talvez eu seja apedrejado agora, mas sempre (há testemunhas) disse que Ronaldo era um atacante excelente e só. É claro que sua história de voltas por cima, inclusive com seu desempenho na copa de 2002, são sensacionais. Ou fenomenais, vá lá. Foi um grande artilheiro que tinha problemas em cabecear, dava grandes arrancadas mas seus dribles nunca foram  fluentes (na maioria das vezes, passava pelos zagueiros aos trancos), nunca foi um bom passador, nunca chegou perto de ser um jogador completo.

Foi eleito três vezes o melhor do mundo, acredito que muito mais por ter brilhado em uma época de poucos craques (1996 e 97) e por seu desempenho em uma competição que dura apenas um mês (2002).Só falando em R, acho que fez menos do que Rivaldo, muito menos do que Ronaldinho Gaúcho e Romario foi só umas dez vezes melhor que ele. Nada disso tira seus méritos, de modo algum, mas não o coloca no Olimpo.

De qualquer maneira, não fez pouco, não conquistou pouco. Então, muito boa sorte, saúde e felicidade.

 

Indigna

A garota tramou o assassinato dos pais só para meter a mão na grana, confessou os crimes e, só depois de muitos anos, foi declarada oficialmente ‘Indigna’. Curioso, também, o juridiquês.

 

Sem fazer papel de bobo

Finalmente chegou o dia da estréia. E a torcida está em polvorosa e o clube já começa a ter retorno com um patrocínio especial apenas para a partida desta noite. Todos os ingressos vendidos e o anúncio de que haverá um mosaico em homenagem à chegada do dentuço.Tudo ótimo. Mas…

É bom ser minimamente realista. O cara não joga há um tempão. Mesmo no Milan, não vinha em boa fase e sua presença era esporádica. Então é bom assistir ao jogo contra o Nova Iguaçu com calma, não esperando mais do que uma atuação mediana e esforçada. Será marcado por dois ou, às vezes, até três, ao menos no início. Então, se fizer meia dúzia de firulas e alguns bons passes, excelente. Se der a sorte de fazer um gol,então, seja de falta ou de outra maneira qualquer, levantemos nossas mãos para os céus.

Sou contra o clichê de que não há mais bobos no futebol. Porque há. Eles são muitos e, com todo o respeito, a laranja mecânica da baixada é um deles. O que não pode acontecer é, por causa da festa de hoje, que nós acabemos fazendo papel de bobos.

Boa sorte ao Ronaldinho, tudo de bom etc etc etc. Mas é bom que o time trate de garantir a vitória.

Vídeo do dia: teve humildade em gol