Justa homenagem

Então teve corrida no final de semana. Cingapura… Ô corridinha chata da porra. Como não pode deixar de ser em uma pista ruim. Circuito de rua, travado, estreito. Se não fosse a tal asa móvel, ninguém passaria ninguém. Mas mesmo as ultrapassagens que aconteceram não deram graça à disputa.

Como esperado, Vettel será campeão no Japão. Venceu de novo, sem muito esforço, e agora só falta um ponto para o resultado ser oficial. Button em segundo, em um pista que exige demais dos pneus, não é surpresa. O sujeito anda pilotando o fino e chega a dar tristeza não vê-lo disputando o título de verdade.

E no mais, nenhum grande comentário a se fazer a respeito. Até porque, a essa altura, se você gosta de corridas já leu todas as notícias e colunas e blogs a respeito, sobre tudo o que aconteceu – desde o piti de Massa até o erro grosseiro de Schumacher.

Pra quem vê corridas só para torcer para brasileiros, é muito bom ver que Senna já colocou Petrov no bolso. Mas o dinheiro do russo não é pouco e se Kubica voltar… E Barrichelo está realmente dando adeus à categoria, pois parece ser – hoje – a última opção da própria Williams. E não faria sentido aceitar correr em qualquer time nanico só para completar 20 anos de F1. Porque é daí pra baixo.

Suzuka é uma das poucas pistas clássicas que ainda aparecem no calendário. Então, mais uma decisão de título por lá soa até como justa homenagem ao automobilismo. E falta menos de duas semanas.

O dono do carro, o vendedor e o garoto mimado

Por tudo que acompanhei até o momento e também por algumas conversas, parece claro que o Flamengo procurou o dono do carro e depois foi atrás do motorista, ao contrário de seus rivais na disputa que só conversaram, praticamente, com o motorista. Quando o dono do carro entrou em cena, o caldo entornou. Que fique a lição para nossos clubes: transferências têm que ser negociadas com os clubes detentores dos direitos federativos dos atletas, primeiro. Ou, no máximo, simultaneamente.
Emerson Gonçalves (Olhar Crônico Esportivo)

São 16h de segunda-feira, 10 de janeiro, e Ronaldinho ainda não é jogador do Flamengo. E eu já tinha falado antes na postura da diretoria rubro-negra durante toda a negociação com Assis, irmão e empresário do craque que não parece ter vontade própria.

Enfim, tomando como fato que o dentuço será o novo 10 da Gávea (será anunciado hoje à noite, no Jornal Nacional, segundo o twitter do Fábio Azevedo, é a notícia que acaba de chegar), há pelo menos mais três pontos neste negócio que merecem alguma atenção  e, até, reflexão. O primeiro, mais óbvio, é quanto será para bom para o Flamengo tê-lo em suas fileiras. Pois já faz alguns anos que seu futebol deu uma bela caída. O que era rotina no Paris Saint Germain e Barcelona, entre 2001 e 2005 (ou 2006, tá bom), virou lampejo digno do mais serelepe vagalume.

Mesmo assim, a torcida rosso-nera fez faixa de despedida para Ronaldo, lhe agradecendo e desejando boa sorte. Porque se na temporada atual as coisas não vão bem, na última ele foi um dos principais jogadores do Milan. Ainda que vivesse de momentos. Como, em terra de cego quem tem olho é rei, é bem possível que por essas nossas plagas ele tenha um bom desempenho. Afinal, até o xará gordo conseguiu jogar.

De qualquer maneira, a discussão sobre o futebol de Ronaldinho vive recaindo no dilema ‘ele pode’ e ‘ele quer?’. Porque já está todo mundo cansado de saber que ele pode. E se ele quer, a aposta pelo Flamengo pode ser um bom sinal, para estar próximo da Seleção Brasileira e lutar pela possibilidade de se despedir da amarelinha sendo campeão do mundo em casa. Nesse caso, ele se dedicaria como louco nos próximos anos. E, a partir daí, a discussão seria entre o ‘ele quer’ e o ‘ele consegue?’. Sei lá…

As contas

Outro aspecto da contratação de Ronaldinho é a grana. Dirigentes, empresários e marqueteiros insistem que o negócio, apesar dos cerca de R$ 60 milhões investidos pelo clube, é superavitário. Será mesmo? É provável que sim, basta um bom planejamento. O exemplo gritado pelos quatro cantos do país é a contratação de Ronaldo pelo Corinthians. Teoricamente, já mais do que se pagou. Mas você viu os números? Nem eu. Então, é natural que desconfiemos ao menos um pouquinho disso. Além disso, o contrato assinado pode até gerar um boom de bons e novos negócios, mas que só serão mantidos ao longo do tempo caso seu desempenho seja compatível com a expectativa da torcida.

O Flamengo não vai ter gastos com Ronaldinho. Ele é que vai trazer recursos. Já surgiram várias oportunidades de negócio. Quem paga o jogador é a torcida
Luiz Augusto Veloso, diretor de futebol do Flamengo, em entrevista à Rádio Globo.

Imagem

A volta do dentuço ao Brasil virou um circo e quem armou a lona foi Assis. Com isso, todo mundo concorda. E não faltam críticas e afirmações duras, de vários envolvidos ou não no caso, de que o irmão empresário está fazendo mal à imagem de Ronaldo. Eu inclusive, se não falei isso, pensei. Mas há que se pensar fora da curva (ou do quadrado, como gostam os moderninhos corporativos). E gosto muito de quem faz isso.

Assis é genial. Conseguiu fazer que o Ronaldinho, sem jogar bola, conseguisse a mesma mídia que ele tinha quando campeão do mundo.
Rica Perrone (Blog do Rica Perrone)

Não sei quanto de ironia o Rica colocou nessa frase, mas a verdade é que Assis conseguiu provar por A mais B, mesmo com um monte de cagadas, que Ronaldinho ainda tem um imenso valor comercial, que é capaz de fazer muito dinheiro. Vale dizer que havia mais de uma centena de profissionais de imprensa e quetais na tal coletiva do Copacabana Palace na semana passada. E que essa novela já está no ar há muito tempo. E não há site ou jornal ou rádio ou TV no Brasil que, ao menos uma vez, não fale do dentuço diariamente. Mesmo que todo mundo saiba que já há muito tempo que ele não faz em campo metade do que já fez.

Mas mesmo saindo como o grande escroto de toda essa história, o mesmo Rica lembra que Assis é, além de irmão, apenas o empresário de Ronaldo e não o seu dono. E que se as coisas chegaram a tal ponto, não se pode colocar toda a culpa apenas nas costas do irmão mais velho.

Cabe ao Assis negociar, ouvir, arrumar grana. Se ele por acaso faltar com a palavra, cabe ao RONALDINHO trocar de empresário, ou, consertar a bobagem. (…) Mas quando você paga pra alguém te representar e esta pessoa faz aquilo que você não concorda, você está sendo representado? Se não está, porque mantém e diz amem? Assis é apenas um revólver sem bala. Quem dá munição pra ele atirar é o Ronaldinho, real responsável por tudo que está acontecendo. Não se posiciona, não sabe o que quer, não participa das reuniões, deixa tudo nas mãos de um cara que cuida da parte COMERCIAL dele e, portanto, só enxerga o lado comercial. Culpem o Assis do que quiserem. Só não esqueçam de quem ele REPRESENTA.
Rica Perrone (Blog do Rica Perrone)

A verdade é que Ronaldinho foi mimado e cercado desde muito jovem, virou uma estrela mas nunca chegou a ser um homem, pois sempre teve tudo e todos ao seu redor para fazer suas escolhas, lhe apontar o que seria melhor, lhe dizer o que fazer e tomar suas decisões. O problema é que isso vem acontecendo já há algum tempo com boa parte dos jogadores de futebol que tem, em sua grande maioria, origem pobre e sem formação, e com suas famílias praticamente vendendo suas almas aos empresários engravatados e de boa estampa que assediam as divisões de base de TODOS os clubes do Brasil, pois “eles sabem o que fazem”.

Só se esquecem que nem 2% dos jogadores de futebol alcançam o sucesso, mesmo em território brasileiro. E um dia terão que parar com a bola e levar uma vida de gente comum, precisando tomar decisões, fazer escolhas e sem ninguém para lhes apontar o rumo.

Jogos 61 e 62: aprenda a falar espanhol

Apesar de ter eliminado o Brasil, continuo não vendo nada demais na Holanda, concordo com o André Rizek. Não, não sou cego e não acho que o Brasil perdeu para ele mesmo. Apesar das chances de matar aquele jogo no primeiro tempo, é preciso reconhecer que o time laranja foi, na pior das hipóteses, mais inteligente e equilibrado. Mas não sei não, acho que a Celeste – apesar de vários desfalques – leva essa. E discordo de quem diz que seria uma zebra.

Zebra ou surpresa foi ver o Uruguai chegar à semi-final. Agora que está entre os quatro, pode acontecer qualquer coisa. Pode passar pela Holanda e ser vice ou campeão. Ou pode perder hoje. A questão é que nesse estágio da competição, definidas em jogos únicos, os detalhes decidirão. E se Holanda chega com moral por ter eliminado um dos favoritos, nossos vizinhos sobreviveram a uma grande epopéia. Talvez, esse sentimento de superação de tudo e todos seja a grande poção mágica que essa aldeia gaulesa dos pampas precise para seguir adiante.

Na outra semi-final, temos o time da moda contra os amarelões. É inegável que a Alemanha está jogando muito, o time encaixou, e as vitórias sobre Inglaterra e Argentina foram cheias de autoridade. Em compensação, a Espanha que chegou como uma das grandes favoritas e está na fase decisiva, ainda não fez um grande jogo, não deu uma grande exibição.

Pois saibam que estou apostando nos ibéricos. O toque de bola espanhol, além de lindo para quem gosta de futebol de verdade, é capaz de enervar o adversário. Nesse caso, a Alemanha e sua turma de garotos que talvez não estejam prontos para serem campeões. Outro detalhe é que, mesmo que comecem perdendo, a Espanha não vai partir pra cima de qualquer maneira, mesmo que falte apenas um minuto para terminar a partida, o que inibe a principal arma germânica, o contra-ataque. Digo mais, taí um jogo com cara de decisão por pênaltis.

E no fim, acredito em uma final entre Uruguai e Espanha. Será?

Jogos 57 a 60: Copa América?

Finalmente voltaremos a ter jogos nesta sexta-feira, depois de dois dias arrastados. As quartas de final desta copa já são inéditas pois – como todo mundo já está cansado de ouvir e ver em todos os canais, sites e qualquer coisa que o valha – é a primeira vez que quatro seleções sulamericanas chegam até aqui. Aliás, é a primeira vez desde sempre, que há menos seleções européias que as de outros continentes nesta fase. E, pelo cruzamento, há a possibilidade de que haja uma espécie de mini Copa América, com os quatro integrantes do Mercosul disputando as semi-finais.

É possível? É. É improvável. Também é. E o fato de achar isso não tem qualquer relação com minhas apostas publicadas aí ao lado. Só acho que não passa todo mundo. Como a maioria, vejo a Espanha como favorita absoluta em sua partida, mas torço para que o Paraguai consiga, ao menos, segurar o empate que leve a decisão para os pênaltis.

Entre Uruguai e Gana, é dificílimo apontar favorito, os times se equivalem. Pelo menos foi a impressão que me passaram pelos jogos que fizeram até aqui. Torço pela Celeste. Entre Argentina e Alemanha, aposto que aconteça algo parecido com o que o Brasil fez em Rosário. E, caso a Alemanha saia na frente, as chances de goleada são enormes. O contra-ataque germânico é mortal e a defesa da Argentina…

Mas a partida que mais nos interessa é logo a primeira, Brasil e Holanda. Sem maiores porquês, apenas acho que a Holanda faz um gol e o Brasil também. Nos pênaltis, não arrisco palpite. O negócio é torcer.

Jogos 53 a 56: ainda dá tempo

O jogo entre Holanda e Eslováquia já começou e os laranjas já vencem por 1 a 0. Mas ainda dá tempo de colocar meus palpites aqui. Os eslovacos vão empatar e vencer nos pênaltis. E no jogo de hoje à tarde, apesar de Mick Jagger estar nas arquibancadas, o Brasil leva. Amanhã, torcida para os nipônicos e à espera de justiça com bela seleção da Espanha passando por Portugal. Já não agüento mais zebras.

Jogos 49 a 52: oitavas no final de semana

Não há muito o que dizer. Apenas, em função do que vimos na primeira fase, minha impressão de quem vai passar às quartas. Os placares são chutes como quaisquer outros, sem nenhum embasamento teórico ou científico. E pelo que demonstrei até agora, a sorte de acertar algum deles é mínima. Fazer prognósticos para Uruguai X Coréia do Sul e EUA X Gana. São jogos, aparentemente, muito equilibrados. O time de Maradona vai atropelar o México só porque a turma da tequila tem a mania de não respeitar nossos hermanos e tentar jogar de igual pra igual. E o clássico europeu será muito parelho sim, além de emocionante. Mas nos pênaltis, quem não são loteria, a mentalidade absolutamente vencedora dos germânicos será decisiva.

Sobre o jogo do Brasil contra os patrícios, nada além do óbvio. Jogamos mal e ficou comprovado que, se o time titular é forte (e é sim), não podemos esperar muita coisa de quem vem do banco. Nosso técnico anão caiu na própria armadilha. Convocou mal, sem muitas opções, e corre o sério risco de morrer abraçado com os amigos. Nos resta torcer para que ninguém leve cartões demais ou se machuque.

Jogos 47 e 48: jogamos como nunca, perdemos como sempre (de novo)

Final animado do último grupo. Tudo porque a Espanha, cantada e decantada pelo futebol magnífico que apresentou nos últimos anos, resolveu perder para a Suíça. Na verdade, faltou poder de decisão, como contra Honduras, que venceu só por 2 a 0. É mesmo um timaço. Mas está numa situação delicada. Precisa ganhar para se classificar (claro, se a Suíça vencer Honduras, como se espera).

Deve partir para cima do Chile desde o início. Se tiver a sorte de marcar um gol logo no início, pode até sair goleada. Se não, corre o risco de levar um saco de gols, porque Bielsa deve estar preparando seu time para jogar no contra-ataque. E, com Valdívia puxando o bonde, eles até que fazem isso direitinho. Os sul-americanos, apesar de duas vitórias em dois jogos, pode se beneficiar do empate. Como tem pouco saldo de gols, a única maneira de garantir a vaga sem se preocupar com os outros é não perder.

No entanto, o fiel da balança será a Suíça. Para o time da terra dos relógios e chocolates, 2 a 0 é goleada. Mas é o que lhe garante caso a Espanha vença o Chile. Seus atacantes serão capazes? Eu, que me mostrei uma nulidade em previsões de placares, arrisco algo diferente.

Jogos 45 e 46: só pra constar

Apesar das chances matemáticas dos marfinenses, não devemos ter surpresas hoje. Afinal, nossos patrícios têm uma vantagem de nove gols de saldo sobre os africanos. Tudo bem que esta é a copa da zebra, e que eu já disse aqui que até para isso há limites e já quebrei a cara. Mas uma hora ela tem que parar de correr pelos estádios sul-africanos e voltar, lépida e fagueira, para as savanas.

Enfim, a Costa do Marfim deve ganhar bem da Coréia do Norte. Pode até golear, claro, mas acho que os soldados comunistas não se abrirão como fizeram contra Portugal. Outra paulada daquelas pode significar uma visita ao pelotão de fuzilamento do Grande Líder, sabe lá. Entre Brasil e Portugal, tudo pode acontecer. Mas não acredito em goleadas não. Na verdade, acho que um empatezinho será bom para os dois, não fede nem cheira, sacumé?

Jogos 43 e 44: para tudo há limites

O número de cada jogo da Copa do Mundo não segue a lógica do momento em que acontece. Por conta disso, me enrolei com a programação. Porque, no grupo F, os jogos 43 e 44 acontecem antes das partidas 41 e 42, do grupo G. Como as partidas já começaram, não vou me alongar. Apenas acredito que até para zebras há limites, seguem meus palpites enquanto tudo está 0 a 0.

Jogos 41 e 42: leões amestrados

Esse foi um grupo que me decepcionou. Esperava que chegássemos à última rodada com todos disputando as vagas, talvez empatados em pontos e jogando a decisão para o saldo de gols. Apesar de apontada como favorita até ao título, não imaginava que a Holanda vencesse suas duas primeiras partidas sem maiores dificuldades, mesmo não jogando tão bem. E esperava muito mais de Camarões. Leões que, de indomáveis, não têm mais nada.

O time africano, que perdeu suas duas primeiras partidas, deve jogar pela honra de se despedir sem perder. E como os holandeses já estão classificados, bastando um empate para garantir o primeiro lugar, não devem forçar muito. Bom jogo para a estréia de Robben, que volta de contusão. Pode até ser um jogo animado e com muitos gols, e viva a falta de compromisso.

Do outro lado, apesar da evolução ao longo dos anos e de torcer bastante, não acho que o Japão – pelo que jogou até agora – vença a Dinamarca. Aliás, acho que não consegue nem segurar o empate que lhe é favorável. Uma pena, pois teríamos menos um europeu e mais um asiático na segunda fase.