Em dezembro de 81

Foto: Marcelo Rezende

Foto: Marcelo Rezende

Meu pai é tricolor. E sim, há fotos minhas de criança com a camisa de listras verdes, brancas e grenás. E ali pelos seis, provavelmente sete anos, cheguei em casa e contei pro velho que eu era Flamengo. Já era efeito da geração de um certo Arthur.

Sim, eu sei que a memória falha. E muito. Especialmente sobre as lembranças de infância. Mas não lembro dele discutir o caso, fazer esforço para me fazer voltar atrás. Lembro apenas de um “tem certeza?” e um “não pode voltar atrás, virar a casaca”.

E quando chegamos a 13 de dezembro de 1981, eu tinha oito anos há apenas 15 dias. E como era uma criança com regras e rotinas, dormia e acordava cedo, mas o jogo no Japão começaria à meia-noite no Rio. É claro que eu queria ver o jogo, é claro que eu não aguentaria ficar acordado, mas sou bem capaz de imaginar o quanto não enchi seu saco sobre isso.

Na minha memória, o que não garante nada, chegamos a um meio termo em que eu iria para a cama e ele me acordaria para o jogo. Acho mesmo que foi assim, pois me lembro bem de ver o jogo começar na sala escura do apartamento da rua Souza Franco. Mas não vi nem o primeiro gol de Nunes, aos 13 minutos.

Lembro de ter sido acordado com festa no domingo de manhã, lembro de ter visto tudo o que se falou sobre o jogo e a conquista na TV, lembro até de ter visto um VT completo alguns dias depois.

Ao longo dos anos, fomos muitas vezes ao Maracanã para ver jogos do Flamengo e do Fluminense, juntos. Ele chegou a me levar para ver um Flamengo X Vasco numa quarta-feira à noite, num meio de campeonato, jogo que não valia muita coisa. E fomos a jogos gigantes, como os da fase final do Brasileiro de 1984, saudade do Maraca com mais de 100 mil. Como vimos juntos a final do carioca de 95, daquele maldito gol de barriga.

Também foi com meu pai (e com o Assis), em 83, que eu aprendi a nunca comemorar vitória nem aceitar derrota antes do apito final. Com o jogo no fim e o título “garantido”, saí de casa correndo pra comemorar o título com o Xavier, o porteiro rubro-negro. Enquanto estava no elevador…

Dessas voltas engraçadas que o mundo dá, calhou do Flamengo voltar à disputar o Mundial justamente contra o Liverpool. De novo. E jantamos juntos ontem e, quando perguntei, logo ele que sempre tem um palpite na ponta da língua, ficou pensativo e não disse nada. No sábado, ao contrário de 81, o Liverpool é franco favorito e o que vier é lucro. O “rumo a Tóquio” deu em Doha, o jogo não será à meia-noite e nós não estaremos juntos. Cada um na sua casa, será a vez da minha filha estar ao meu lado (sim, Isabel é rubro-negra e já reclamou que ainda não tem uma camisa…). Mas tenho certeza que, como ao longo de todos os anos depois que paramos de frequentar o estádio juntos, ele ligará pra comemorar a vitória eventual.

Depois, só concentrar no próximo campeonato. Que será duro, jogado à vera e – tenho certeza – vencido.

Se o sapo tivesse embreagem…

Como fiquei muito tempo sem publicar nada por aqui, escrevi sobre Brasil e Bélgica e deu no que deu, me senti na obrigação de voltar.

Sou um torcedor tão engraçado e cheio de manias como qualquer outro. Pachecão, sofri um bom bocado na sexta-feira, com muitas e muitas reações – como posso dizer? – superlativas. E moça Flávia chegou a dizer mais de uma vez, durante e ao fim, que estava com medo de mim. De qualquer maneira, rimos um tantinho ao fim de tudo.

Passei o fim de semana sem ler os colunistas ou ouvir os comentaristas. Não sei o quê ou quanto falaram, mas tentei evitar a busca pelo Cristo da vez, todos aqueles “eu falei, não falei?” ou teses filosofo-sociológicas sobre o fim da escola brasileira ou sul-americana ou ambas. Tudo chato e oportunista bagarai.

Primeiro, a Bélgica. Não retiro uma palavra do que disse no texto de sexta. Os belgicanos não são nada demais, Lukaku não ganharia posição de Kita (taí o Miranda pra confirmar, que não perdeu nenhuma jogada no homem a homem) e Hazard não passa de um Bobô ligeirinho. Sim, meus caros, frente à história, perdemos para alguém que tem o peso de um Bonsucesso, quiçá um Serrano.

Mas aquele texto era menos sobre a Bélgica do que sobre o meu jeito torto de torcer e sentir as coisas do futebol. De sempre achar que vai dar tudo errado, o tal cheiro de merda no ar. E justo nos dias que acho que tudo vai bem, a bagaça sai dos trilhos. Como vêem, minha vocação pra mãe Dinah é nula.

Também é fato que times pequenos, às vezes, montam bons times. E também é verdade que o número de zebras na história é tão grande que é a sua possibilidade que dá graça ao futebol. E sim, a Bélgica ganhar do Brasil é zebra, gente. A ponto de ter certeza que se os times que se enfrentaram na sexta – mesmo com os erros de escalação – jogarem um contra o outro mais dez vezes, ganhamos sete, empatamos duas e só perdemos mais uma.

E é agora que voltamos a falar do sapo.

…não pulava tanto
Não, meus biólogos de estimação e congêneres, sei que a assertiva não é real. Que os sapos seguiriam pulando mesmo com embreagem. Vamos nos concentrar no “se”, pois.

Se o Tite tivesse convocado certo (apesar de mais de 90% de aprovação à sua lista quando anunciada), se o Neymar tivesse brilhado como o esperado, se o Philippe Coutinho tivesse jogado como nas partidas anteriores, se o Marcelo não deixasse uma avenida às suas costas, se a bola que bateu na trave tivesse entrado… Se quisermos, podemos encontrar um monte quase infinito de mais “ses”, mas precisa?

A boa seleção brasileira perdeu uma partida para outro time médio-bom. Deu azar quando saiu atrás no placar e se arvorou a partir pra cima, deixando aberto o contra-ataque. Levou mais um e poderia ter sido mais. Depois que se reorganizou, encurralou a Bélgica e teve trocentas chances de gol. Não teria sido estranho se fizéssemos com eles o que eles fizeram com o Japão. Pelo contrário. E aos 650 minutos do segundo tempo, ainda houve a bola caprichosa de Neymar, que o goleiro de 8 metros de altura se esticou para tirar do ângulo a que estava endereçada.

Gente, perder acontece. E a leitura dessa partida é muito simples, óbvia.

O Tite deveria ter convocado melhor? Sim, claro. Por exemplo, não havia armadores de verdade entre os 23, e Taison e Fred (nem chego a Cássio, pra não me aborrecer) foram a passeio. Tite poderia ter escalado melhor? Sim, claro. Tite poderia ter mexido no time de forma diferente, quando fez as substituições? Sim, claro. Tite poderia ter mantido o time e a forma de jogar que terminou as eliminatórias voando? Claro. Mas isso é voltar ao “se”.

Futuro
Há, no Brasil, técnico melhor que o Tite? Não. Podemos ter um “novo Telê”, com duas copas seguidas perdidas? Sim, pode acontecer. Mas acho que ele deve ser mantido, acredito que temos uma bela geração para as próximas duas copas (além dos que ainda não apareceram) e que, no Catar como sempre, chegaremos como favoritos.

Quem ganha a copa?
Sei lá, ué. Vou torcer pra Croácia, mas acho difícil passar pelo time de moleques da Inglaterra depois de duas prorrogações seguidas. Entre França e Bélgica? Se equivalem, dois times rápidos com meia dúzia de dois ou três mais habilidosos. E se não der pra Croácia, passo a torcida para a Bélgica, porque seria legal ver um time novo campeão.

Europa X América do Sul
Já encontrei matéria no El País falando sobre a derrocada do futebol sul-americano, porque (2018 incluída) já são quatro copas com campeões europeus, que não há mais aquele equilíbrio, etc.

Preciso contar um segredo pra essa turma: nunca ouve equilíbrio continental. A América do Sul tem nove conquistas porque nós, Brasil, ganhamos cinco! Para registro, é bom lembrar que o Uruguai ganhou duas em milnovecentosevovôzigoto: 1930 contra a Argentina e 1950 contra o Brasil, duas copas na América do Sul contra adversários sul-americanos. A Argentina ganhou em 78 (em casa, com Quiroga e os generais) e em 86 (com Maradona, mas bem roubadinha e sabe-se lá quanto doping).

Ou seja, só o Brasil (desde o terceiro lugar em 1938) figura com regularidade entre os finalistas. E – é bom repetir – ganhamos cinco!!!

E como além dos três, ninguém na América do Sul faz nem cócegas, a tese é furada. Além disso, a copa na Rússia é na Europa. Então, é natural que os times que jogam “em casa” levem vantagem. Para registro, vejam a relação de forças nos cinco últimos mundiais disputados por lá (deu preguiça de conferir as outras): Alemanha 1974: 3 europeus + Brasil; Espanha 1982: 4 europeus; Itália 1990: 3 europeus + Argentina; França 1998: 3 europeus + Brasil; Alemanha 2006: 4 europeus.

Agora, apenas como curiosidade, vejam a relação de forças quando a Copa foi disputada na América (relativizando modelo de disputa e o pós-guerra): Uruguai 1930: 2 sulamericanos + EUA + Iugoslávia; Brasil 1950: 2 sul-americanos + 2 europeus; Chile 1962: 2 sul-americanos + 2 europeus; México 1970: 2 sul-americanos + 2 europeus; Argentina 1978: 2 sul-americanos + 2 europeus; México 1986: Argentina + 3 europeus; EUA 1994: Brasil + 3 europeus; Brasil 2014: 2 sul-americanos + 2 europeus.

Catar 2022 tá logo aí, rumo ao équiça!

O profeta do apocalipse

Adeus Agosto KidultsUm amigo mais que querido que já deu no pé desse mundinho de meu Deus costumava dizer, em dias de regata e em tom de galhofa, que “se vai dar merda, primeiro é com a gente”.

Lembrei dele pensando no jogo de hoje.

Também lembrei do Caius, que depois de Inglaterra e Colômbia vaticinou que Brasil ou França têm a obrigação moral de ganhar a Copa, dado o nível de quem sobrou. Concordo.

Mas é aí que está o problema. Eu meio que tenho uma espécie de profeta do apocalipse em mim, um sentimento difuso que paira, um “tem cheiro de merda no ar” que não sai de mim. Especialmente quando tudo indica que não tem como dar errado.

Apesar do empate no primeiro jogo e de todos os riscos de não classificação que matematicamente chegaram a existir, nem me preocupei com a primeira fase e com essa possibilidade. Mas tudo aquilo aflorou às vésperas da partida contra o México. Faz sentido?

Com todo o respeito, por conta de uma ou duas derrotas imbecis, criou-se uma espécie de fantasma. Tudo artificial, vamos combinar. Tudo culpa do Galvão e da Globo golpista. E do SporTV e da ESPN e da Fox… Ah, não tem mais bobo no futebol? Tem sim. Nós. Eu, então, nem me fale…

Pombas, quem é o México pro futebol? De verdade, me conta. De boas, se colocar a seleção dos caras pra jogar o Brasileirão (que a gente sabe que nem é essa coca-cola toda de campeonato), os caras ficam – no máximo – com a vaga pra Sul-Americana.

Mesmo assim, apareceu aquele cagacinho, o tal cheirinho de merda no ar.

Pensando no jogo de hoje, desconfio que entendi o que me dá. Não é medo de perder. Afinal, faz parte do jogo e zebra é o que mais tem por aí. É medo do vexame, de sair da Copa eliminada pelo Bonsucesso. Mas, na real, ainda que isso acontecesse, e daí? Já tomamos de 7 em casa, não há vexame maior.

Ao que interessa, pois. Bélgica.

Todo mundo por aí, pela Rússia e no resto do mundo dizendo o óbvio. O Brasil é favorito. É o grande favorito pra ganhar o título. Até o Lukaku disse isso em entrevista, que “precisamos estar 120% e que o Brasil esteja num dia ruim pra ganharmos”. E esse favoritismo todo disparou o modo profeta que há em mim.

Mas tenho cá uma perguntinha procês: quem é Bélgica no futebol. Além do Pfaff e do Scifo, o que mais eles fizeram de bom no mundo da bola? Aí tem essa geração de ouro. Gente, esse menino Lukaku, se jogasse na Inter de Limeira, não ganhava a posição do Kita, pelamor. E o tal do Hazard não passa de um Bobô mais ligeirinho. Então vamos tratar de ficar tranquilos, aproveitar o jogo, rumo ao hexa e o escambau.

Agora, assim, só uma duvidazinha que me deu aqui. Não tá fácil demais não? Lembra do Serrano em 1980? Vocês não tão sentindo um cheirinho…?

A fumaça e a mesa

Virada_BrasileiraoFinalmente deu vontade de escrever de novo. E, melhor, sobre futebol. Mas desta vez, nem é sobre o Flamengo, vejam só. Muito menos a seleção. Mas sobre o Brasileirão e os burburinhos que andam salpicando aqui e ali.

Primeiro é preciso lembrar que, já há alguns anos e sempre quando o campeonato entra nas suas fases finais, a partir do início do segundo turno, surgem a história de mudar a fórmula, voltar ao mata-mata. As desculpas são as mais variadas, desde a falta de emoção até a queda de público nos estádios. No fim das contas, o que pesa mesmo é a queda da audiência enquanto a TV paga cada vez mais para os clubes (no ano que vem será ainda mais…).

Ao mesmo tempo, vemos o Vasco na situação em que se encontra enquanto o Eurico Miranda fica bravateando por aí, com a maior cara de tranqüilão (sinto muito, ainda não abro mão dos tremas), de que tudo está bem. Naturalmente, alguém se deu conta de que algo estava errado na cena e começaram a investigar. E aí surgiu a fumaça.

De cara, essa imagem aí do feicibuque do Kajuru. Também tem esse post no blog do Rímoli, no R7.

Não vou discutir as informações e as fontes deles. E partindo do princípio de que onde há fumaça, há fogo, começo a levar a virada de mesa razoavelmente a sério. Assim, partindo do princípio de que a decisão já está tomada ou em vias de (a despeito da legislação que proíbe mudanças de regulamentos de um ano para o outro), resolvi propor uma fórmula para o Novo Brasileirão.

A primeira coisa seria a transformação das 4 divisões atuais em duas. Assim, séries A e B formariam a Nova Série A, com 40 clubes. Enquanto isso, C e D formariam a Nova Série B com 60 clubes.

E a disputa se daria da seguinte forma. Na A, quatro grupos de 10, jogando em dois turnos. Os quatro primeiros se classificam para oitavas, quartas, semi e finais. O último de cada grupo seria rebaixado.

Os grupos seriam formados por sorteio com os clubes divididos em quatro potes, segundo ranking de aproveitamento com base na média de aproveitamento dos últimos 5 anos para os 16 clubes de série A mais os 4 que subiriam da B. Assim teríamos 5 clubes A em cada grupo. Faz-se o mesmo com os 4 que cairiam mais os 12 da B mais os 4 que subiriam da C para a B. Ranqueados e divididos em 4 potes do mesmo jeito. E cada grupo também teria cinco clubes B.

Na segunda fase, cruzamento olímpico por índice técnico (% de aproveitamento) entre os 16 classificados com o melhor sempre decidindo em casa.

O Novo Brasileirão teria 26 datas. Assim, o campeonato pode parar quando a seleção joga e o calendário fica mais leve.

Esse formato permitiria que os grandes clubes visitassem “centros menores”, garantindo rendas e audiências.

Para a Nova Série B, a fórmula seria repetida com 15 clubes em cada grupo. Sobem os quatro semifinalistas. Como não existe descenso, minha proposta é garantir as vagas dos 9 primeiros de cada grupo (como na Série A). Assim, as 24 vagas restantes seriam preenchidas segundo os critérios que existem hoje para a disputa da série D. E seriam 36 datas.

Além de mais leve, o calendário do Brasileirão mais enxuto permite a volta das copas regionais paralelas aos estaduais, com os grandes clubes entrando nos estaduais nas fases finais, tipo quartas onde tem quatro grandes ou semi onde tem dois (não gostam de mata-mata?).

O que acham? Será que nossos brilhantes cartolas gostariam da ideia? Não seria uma virada de mesa classuda?

Tóis

Então chegou definitivamente a hora de virar a página. Ainda não me acostumei, mas a Copa acabou de verdade e há coisas mais importantes a fazer agora. Afinal, outubro e as eleições já estão chegando. Só pra dar um exemplo, claro.

Então, pra encerrar com chave de ouro o assunto (pelo menos até que o novo técnico da Seleção seja anunciado), segue a crônica esplendorosa publicada na segunda-feira pelo Joaquim Ferreira dos Santos.

Logo depois, os dois grandes vídeos de encerramento das coberturas da ESPN (internacional) e da BBC.

O fim de Tóis

Os guerreiros de Tóis julgavam-se predestinados pelo sangue dos antepassados

Dedo de Deus, Teresópolis / ReproduçãoÉ pau, é pedra, é o fim do caminho da Civilização Tóis, aquela que os guerreiros do condado de Comary inventaram para dominar o planeta futebol e para todo o sempre ser invencível. Ela exigia de seus súditos o cumprimento em que a mão direita fazia o poste enquanto o antebraço esquerdo servia de travessão, formando o T da palavra mágica. “Pelos poderes de Tóis”, gritavam no meio das rodinhas antes das batalhas — e se julgavam mais motivados.

Ninguém sabia onde queria chegar aquela confraria de homens adolescentes, sempre caminhando em fila indiana, as mãos nas costas do guerreiro que seguia na frente. O mundo adulto ria, mas eles vinham de uma civilização na floresta onde o importante era ser fofo. Foi assim que se conheceram no pátio escolar, meninos com alegria nas pernas, e assim caminhariam, uma chuteira de cada cor, a barra da cueca à mostra. Diziam-se uma família.

Os guerreiros de Tóis julgavam-se predestinados pelo sangue vitorioso de seus antepassados e com poderes suficientes para viver isolados na nova civilização de orgulho que fundaram. João Gilberto sussurrou e criou a bossa nova. D. Pedro inventou um país com o “Independência ou morte”. Agora, os canarinhos tropicais fundaram Tóis, abaixo da fortaleza do Dedo de Deus. A rocha energizava seus pés, eles acreditavam, ajoelhados contritos no meio do campo.

Durante um mês, estes 23 soldados furaram o nevoeiro da serra onde se aquartelavam e, como se fossem entidades divinas surgindo em meio às brumas de Avalon, desciam à várzea para enfrentar os fariseus que ousavam desafiá-los, eles, os autoproclamados reis eternos do futebol mundial. Sentiam-se semideuses, falavam da magia do bigode grosso e da união do grupo. Eram os valores do mundo Tóis. Zero de conversa sobre futebol, pois já de tudo sabiam.

Os guerreiros de Tóis eram os mais tatuados das guerras, todos rabiscados com a miríade de possibilidades inventadas para se imprimir qualquer maluquice na pele de um ser humano. Julgavam que isso seria tática terrível para assustar outras tribos. Pintavam-se de caveiras, dragões, morcegos e hieróglifos. Um desses guerreiros, além da cabeleira em volutas como a Hidra de Lerna, escreveu no braço “Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono” — e supunha agora carregar ali a arma mortal de um para-choque de FNM. Morreria mais adiante, atropelado por um jogador alemão.

Antes das pugnas, os meninos de Tóis faziam questão de cantar inteiro o hino de seu condado, num impressionante festival de cenhos franzidos, gargantas arreganhadas e outros exageros da espécie. Seus antepassados, vencedores em cinco torneios, nunca souberam uma frase do tal hino, complicadíssimo. A encenação do canto a capela não tinha nada a ver com o jogo, não marcava gols e deixava os guerreiros emocionalmente exauridos. De onde estavam, no entanto, podiam ouvir o locutor dizer: “Estamos todos arrepiados”. Achavam por isso que estavam com a mão na taça.

Os guerreiros de Tóis chegaram a levar para o campo de batalha a túnica de um soldado ausente, ferido num combate anterior, numa tentativa mediúnica de incorporar as forças dele aos sobreviventes. Achavam possível utilizar a túnica de pano como arma de guerra. Vertiam lágrimas sob qualquer pretexto. Chorava mãe, chorava pai, chorava todo mundo. O mais velho conversava com uma imagem de Nossa Senhora de Caravaggio.

Definitivamente, o ar rarefeito da montanha onde viviam isolados começava a lhes fazer mal. Gol, só de canela. A qualquer contato com o próximo, caíam ao chão, contorcendo-se em dores invisíveis ao mais detalhista dos raios x.

As ordens com que administravam os combates vinham de um velho pajé, gordo de tanto anunciar lasanha na TV. Sua tática era sempre a mesma: “Atacar com motivação, defender com autoajuda”. Ele agora tinha como truque principal a capacidade de se transformar em sósias e espalhar a confusão. Ninguém sabia afirmar com certeza quem era quem, mas diante de algum comentário mais lúcido costumava-se creditar as palavras ao sósia. Na Civilização Tóis todo mundo achou a multiplicação do técnico como uma versão moderna da multiplicação dos pães, o sinal metafísico de que a guerra, ao findar do sétimo passo, estaria ganha.

Os guerreiros de Tóis se achavam acima do bem, do mal e também por cima da carne-seca, o alimento da infância que agora havia sido trocado pelas marmitas mandadas trazer da Espanha, do novo restaurante do chef Ferran Adrià. Alguns pintavam o cabelo todo dia, mas nunca acertavam o corte. A guerra do futebol passou a ser apenas um detalhe, algo transmitido no telão onde avaliavam como lhes ia a beleza.

Não treinavam. Tinham a força, a espada de Grayskull, o grito de Shazan, o apito do japonês, o licor de jurubeba e o pó de pirlimpimpim. Na hora agá, resolveriam.

Tóis era a reunião de todos os poderes mais aqueles que os marmanjos adolescentes tinham visto nos videogames da caserna na serra — e, dedicados a se curtirem e se compartilharem nas redes sociais, nem perceberam o bicho vindo pelo meio de campo desocupado. Foram sete dentadas na vaidade, na preguiça, na ignorância e nos pescoços onde estava tatuado “Tudo passa”.

Nada passa, tudo fica — e fez-se o apagão eterno em Comary.

Nunca mais Tóis.

 

O ser estupidamente político

Foto: Jamie McDonald / Getty Images / Fifa.comNeymar fraturou uma vértebra e está fora da Seleção. Todo mundo já sabe disso, claro. Naturalmente, com a Copa realizada no Brasil e o nosso maior craque cortado quando chegamos à semifinal, um problemaço. E só se fala nisso por aí, nas TVs, rádios, jornais, portais, blogs etc.

Ah, que absurdo, uma comoção dessas por um jogador de futebol e que ainda ganha milhões!

Vamos combinar que, dadas as circunstâncias, o estranho seria se não houvesse mobilização. É curioso ver que, a essa altura da vida, esses seres políticos sejam tão ranzinzas e tão cegos que ainda não tenham percebido o quanto o futebol é algo importante para o brasileiro médio.

Pois deixem de ser chatos, pelamordedeus, ao menos de vez em quando?

Não só tem copa, como ela está entrando para a história como uma das melhores de todos os tempos. Com alguns problemas sim e que, dependendo do caso, são ou não são mostrados. Como acontece em qualquer lugar do mundo.

Sim, estamos todos os torcedores preocupados com o Neymar. E mesmo para quem não torce, é natural a preocupação e o tempo gasto com suas notícias. Afinal, um jovem de 22 anos teve uma contusão séria (fratura de vértebra!) praticando um esporte. Mas ó, vocês, além de chatos, são míopes.

Porque todo mundo sabe que ele terá o melhor tratamento que o dinheiro pode pagar. E como é atleta, sua recuperação, por mais difícil que seja, será mais rápida do que das pessoas normais e sua carreira, felizmente, não corre risco.

Digo que são míopes porque ao se desgastarem tanto com a ‘comoção por Neymar’, não se dão conta de que estamos (os torcedores) todos preocupados mesmo é com o futuro da Seleção na Copa. Porque queremos ganhar e agora será mais difícil.

Meus amigos, não querem se envolver com a festa? É um direito de qualquer um, claro. Mas assumam isso e não se envolvam de verdade, sem encher o saco de quem tem o direito de gostar, participar e se empolgar.

Sei que é perda de tempo tentar ser racional com quem é irracional. Mas algumas coisas são simplesmente tão estúpidas… Ainda há gente que acredita que a vitória da Seleção será capaz de eleger a Dilma ou que sua derrota será capaz de eleger outra pessoa. Não, meus amigos, o futebol não tem esse poder.

Todo mundo que me conhece sabe que não votarei na Dilma. E, dentro das minhas possibilidades, ainda farei campanha contra ela e o PT e seus aliados. E não, ainda não decidi em quem votar. Para nenhum dos cargos.

Mas não tentem me fazer sentir culpado por aproveitar ao máximo uma das coisas que mais gosto e que só acontecem de quatro em quatro anos. Nossos problemas estavam aqui muito antes da Copa, muito antes – inclusive – de sermos definidos como sede da Copa, quando 78% da população não só apoiou como bateu palmas.

Nossos problemas continuarão aqui no dia 14 de julho e o futebol não tem nada a ver com isso. O futebol é apenas a coisa mais importante entre todas as coisas desimportantes. Não encham o saco.

Não digam que não avisei

Mineirão / Foto: Alex Grimm - FIFA/FIFA via Getty ImagesÉ, estou ansioso. O que explica, pelo menos em parte, estar acordado e escrevendo às duas e meia da madruga.

Estou acordado porque estamos aqui arrumando a casa, preparando as coisas. Isabel completa dois anos hoje e a família vem pra cá. Jogo, almoço e velinhas. Tudo ao mesmo tempo.

A ansiedade é por conta do jogo.

Tirando Itália e Alemanha, que me desculpem os céticos, hipócritas , politicamente corretos e/ou cautelosos. O Brasil é favorito contra qualquer outra seleção do mundo. E isso inclui o Uruguai (que depois de 50 só ganhou o mundialito de 81 e mais nada) e a Argentina com sua copa roubada em 78 e Maradona e a mano de Dios.

Por incrível que pareça esse é o problema. E há um certo clima de vitória certa sobre o Chile, afinal sempre que nos encontramos passamos por eles. E desde quando história ganha jogo? Aí fica o seu Galvão Bueno, o maior secador do esporte mundial, gritando que “se tem crise, chama o Chile”. Como assim?

Mas não é só ele. Em trocentas mesas redondas de todos os canais de esporte tupiniquins, neguinho, branquinho e azulzinho continuam comparando e analisando Brasil e Argentina como se os dois já estivessem na Final.

Podem elogiar à vontade, até eu já fiz isso. Mas o time do Chile é um timinho comum, com alguma correria e meia dúzia de dois ou três jogadores pouco mais que medianos. E não me venham com a história que não tem mais bobo no futebol, porque estamos todos aqui.

Sim, quem me conhece, ao vivo ou só por aqui, sabe que tenho um quê de profeta do apocalipse, mas a verdade é que estou com um medo danado desse jogo. Se em 2006 e 2010 foi um vexame cair nas quartas e terminar em quinto lugar, imagine se – jogando em casa – sairmos nas oitavas.

E mesmo que tudo dê certo hoje no Mineirão, esse medo que me pelo continuará ali, pronto pra dizer “eu não falei?”, até que encontremos um time grande de verdade pela frente. E isso só é possível na semifinal e só contra a Alemanha, pois a Itália já está em Roma, Milão, Turim e por aí vai.

Não, não tenho medo do Chile. Tenho medo desse jogo de amanhã, especificamente. Como terei – imaginem – se chegarmos na final para encarar a Holanda que jogou três finais e perdeu todas. O mesmo com o time de Messi, freguês de carteirinha. Numa copa em que a Costa Rica despachou dois campeões mundiais, a Argélia se classificou e a Suíça goleou, dá pra negar que os deuses da bola resolveram fazer graça? E esses possíveis cenários não são ideais pra eles aprontarem?

É, só resta torcer pra que tudo dê certo. Se não, depois, não digam que não avisei…

#VaiTerCopa

Reprodução: PaniniA piada do título é das mais óbvias e infames. Mas dei-me o desfrute de não escapar dela. Vai ter copa!

Já faz dias que estou no clima, sou desses que espera ansiosamente a passagem dos quatro anos entre uma e outra, que para em frente à televisão para assistir todos os jogos ao vivo ou VT. E ainda falta um mês. Um mês!!!

Não, não sou um alienado doidivanas. Mas tento separar o coração do cérebro de vez em quando. Sim, os problemas são muitos, enormes. Mas eles estavam aí antes, continuarão aqui depois.

Não acho que a copa impediu o investimento em educação, saúde ou qualquer outra coisa muito mais importante que futebol. Simplesmente porque o dinheiro usado para fazer a Copa não seria mesmo usado para o que importa. E isso não quer dizer que não devamos reclamar, que não devamos todos sair de casa e ocupar todas as ruas de todas as cidades desse país tropical para reclamar e brigar pelo que é certo. Que seja durante a copa e depois da copa. E todos os dias, se necessário e possível for. Afinal, é inegável que a copa foi um belo de um pretexto para se roubar mais um bom bocado.

Mas vai ter copa.

E não estou nem um tantinho preocupado com o Flamengo também. Ganhou do Palmeiras, perdeu do Fluminense e a cotação do dólar nem aí. Só achei sacanagem (muita mesmo) o que fizeram com o Jaime. Mas o que importa agora é outra coisa.

Vai ter copa!

E não vai ser nada fácil, muito pelo contrário. Esse clima de que ganhar a Copa em casa é obrigação é ridículo. Pelos exemplos recentes, basta ver que Itália em 90 e Alemanha em 2006 não chegaram à final. Curiosa e coincidentemente, uma ganhou a copa na casa da outra.

Acho que Fred e Neymar têm boas chances de serem artilheiros. Mas tenho medo de que quebrem o garoto pelo caminho. No nosso time, não confio no Hulk, no Jô, no Henrique e no Júlio César. Dois titulares, o que é um problema, e dois reservas, que podem vir a ser problemas.

Se mantida a tradição, ainda teremos alguém machucado durante a preparação. Se for um só, torço pelo Júlio César. Até porque, não poderia haver maneira mais bonita de exorcizar o fantasma de 50 e todos os resquícios de preconceito contra Barbosa do que ver um outro goleiro negro, Jefferson, como titular campeão do mundo.

Se der a lógica, Brasil pega a Alemanha nas semifinais. Aliás, há uma enorme probabilidade de que o Brasil, a partir da segunda fase, só enfrente campeões mundiais. Tenho certeza que o Brasil chega entre as quatro, mas não acho que ganhe a Copa. Desconfio que os bávaros serão os campeões, apesar da maratona de viagens, calor e umidade que enfrentarão no inverno do nosso querido patropi.

Lógica por lógica, há grande chance de Argentina e Uruguai se enfrentarem na outra semi. E a possibilidade de um outro ‘maracanazo’ é imensa. Então, é bom preparar o coração.

Suiça X Honduras, Irã X Bósnia e Coréia X Argélia devem disputar o ‘troféu’ de pior jogo do torneio. E calculo que uma vitória dos iranianos contra a Argentina seria uma zebra tão grande quanto a não classificação da Espanha para a segunda fase. Se bem que, hummm…, essa é até uma hipótese bem plausível. O Chile tem tudo para ser a grande surpresa.

Vou passar longe do Alzirão, mais longe ainda das festas oficiais. Botecos nem pensar. Sou ranzinza demais pra aturar os comentários dos outros durante as partidas e provavelmente verei os jogos sozinho no meu sofá.

Mas vou torcer como um louco. E com a certeza de que não passo nem mesmo perto de uma mãe Dinah, rezar para queimar a língua.

Vai ter copa! Só não sei por quê não começa logo…

O templo (2)

Megafoto - Flamengo 1 X 1 Vasco - Final Campeonato Carioca 2014Domingo eu fui ao Maracanã, fui torcer pro time que sou fã. Foi minha primeira vez no estádio para ver um jogo. Ia na Libertadores, mas desisti (sábia decisão?).

Foi meu primeiro jogo no New Maraca. E foi tudo muito estranho.

Quando o visitei vazio, já tinha sentido a diferença, claro. Mas com jogo rolando é assustador. É claro que tem as coisas boas, como acesso, organização e banheiros (quero ver no pós-copa), mas todo o resto é muito estranho. Não sei nem dizer se é ruim. Mas é muito, muito estranho.

Primeiro, o campo. Fiquei no mesmo lugar que ficava antes, ali entre a Charanga (no tempo em que ela existia) e a Raça. E a diferença de tamanho é muita. O campo é muito menor, a diferença é gritante, e não consegui entender porque não deixaram espaço suficiente para que voltasse às medidas originais (o máximo permitido pela regra) depois da Copa do Mundo.

Depois, a estrutura geral, tudo é igual. E pra quem cresceu no concreto, da geral à tribuna de honra, é um baita susto. Tudo é arquibancada/cadeira, com espaço demais pras áreas vips etc. Então, não é pouco o esforço (não foi pra mim, pelo menos) pra se ambientar naquele novo espaço.

Mas o pior de tudo (e isso é realmente ruim) é a mudança na acústica. O bicho não ressoa. Um lado não sabe mais o que o outro está gritando. E isso faz uma baita diferença no clima do estádio. E pra nós, que estamos do lado certo da força… Aquele grito de Mennnnnnngo, em ré menor, que ia crescendo em compassos e atrasos de eco, e apavorando como um fantasma quem estava do outro lado, simplesmente viaja pelo estádio, para fora do estádio. Se dispersa naquela cobertura anômala e na falta de gente suficiente que o faça vibrar. E isso é muito triste.

É um lindo estádio, sem dúvidas, e muito funcional. Mas não tem alma (pelo menos por enquanto, até que a gente se acostume). Também é claro que a criança que hoje tem seus 5, 6 anos, talvez 8, e vai ao Maracanã pela primeira vez e se apaixona e vai frenquentá-lo nas próximas décadas, não sofrerá. Muito pelo contrário. Pelo menos pelos próximos 30, 35 anos. Até que a arena passe pela sua trocentésima reforma.

E então, saudoso e saudosista, vai escrever para o equivalente de blog que existir na época, que o Maraca perdeu a alma.

Basco! (e um tantinho de velocidade)

Roberto rezandoA essa altura do campeonato, seu eu fosse vascaíno, já estaria me preparando para a próxima quarta-feira. Arrumaria um pano rubro-negro emprestado, compraria algumas cervejas e decoraria algumas canções, tipo “conte comigo Mengão” e “raça, amor e paixão”.

Porque até a Wikipedia foi trolada (e a Globo.com embarrigou na home!!!) e já saiu: Campeonato Carioca 2014 – campeão: Flamengo – vice-campeão: Vasco da Gama.

Quem gosta um tantinho de futebol e acompanha, mesmo que de longe, as disputas na mais bela, formosa, segura e barata cidade do Brasil, sabe que o time que entra em campo com cinto de segurança não ganha uma decisão da gente há trocentos anos. O que tem de portuguesinho que nunca viu, não está no gibi.

Em que pese o campeonato horroroso que tivemos, vem aí a final. Mas antes de começar a decidir o carioquinha, teremos um jogo de vida e morte contra o Emelec em Guayaquil. Se vencermos e encaminharmos a classificação para as próximas fases da Libertadores, o time entrará – além de cansado – a meia bomba no metropolitano, pensando em coisas mais importantes. Alguém duvida?

Em compensação, se perdermos e formos eliminados, todas as atenções e forças se voltarão para o Carioca, pra tentar salvar o semestre.

Todo tabu, um dia, se encerra. E a turma da colina não terá chance melhor do que essa. Então, ó pá, ligue para aquele sobrinho gente boa, toque a campanhia do vizinho, peça ajuda ao colega de trabalho. E torça, torça muito. Porque vai precisar. Na pior das hipóteses, você pode até gostar de vestir rubro-negro, garanto que só vai te fazer bem.

Felipe

MassaO acontecido vai gerar muitas fofocas e especulações, mas por hora não vai passar disso.

Também, vamos combinar: a falta de habilidade do estafe da Williams foi maiúscula. Usar a mesma frase que marcou a derrocada do sujeito foi, no mínimo, infeliz.

Além disso, qual a necessidade de fazer algo assim logo na segunda corrida e pela tentativa de lutar pelo quinto lugar? Pois é, ficou feio pro time, no final das contas, e – talvez – para o Bottas, que pode passar como menino mimado.

Massa, que foi contratado com loas de primeiro piloto e comandante da recuperação do time, por sua grande experiência, certamente se afirmou na equipe. Em que pese uns bicos e muchochos aqui e ali, seu time de mecânicos e engenheiros o verá com excelentes olhos. E seu contrato prevê ao menos mais uma temporada. O risco é ter acordado o demônio.

Mal ou bem, Bottas já vinha na equipe, já estava na casa. Então, é normal que pretenda alguns privilégios. Além disso, mimado ou não, o moço é bom de verdade, tem muito potencial. No ano passado, depois de uma troca de farpas com Maldonado (no GP do Japão se não me falha a memória), simplesmente aniquilou o venezuelano que não conseguiu mais andar na frente do companheiro/rival de equipe. Será capaz de fazer o mesmo com o Massa?

O que me surpreendeu no episódio foi o fato da equipe assumir esse papel assim, pois seus discursos (e suas posturas) sempre foram pela esportividade pura. Vamos ver o que acontece daqui pra frente.

Longa duração

Prototipos WECGosto muito disso. Por mim, o campeonato mundial teria uma corrida de 24h (Le Mans), duas de 12 (Sebring e Nurburgring), três de 8 (Spa e mais duas) e seis de seis horas. Mas não é assim, infelizmente. Mesmo assim, é bom. E na última semana, de quinta a sábado, aconteceu o prólogo em Paul Ricard. É algo tão desinteressante que “só” oito mil pessoas passaram por lá pra ver os treinos. Isso, treinos.

As grandes estrelas são os protótipos. E a Audi é a estrela entre as estrelas, pelos resultados dos últimos anos. Mas está lá a Toyota e a Porsche, que volta à disputa depois de alguns bons anos. E aí, saiu do circuito francês com o melhor tempo. E o melhor tempo veio na sessão noturna! Hummm, vai ser bem interessante esse negócio. Dá uma olhadinha nas máquinas.

A primeira corrida será a Seis Horas de Silverstone, no domingo de Páscoa, com largada ao meio-dia (hora local). E pra quem vive de ser pacheco, Lucas Di Grassi será um dos pilotos do Audi nº 1.