É, estou ansioso. O que explica, pelo menos em parte, estar acordado e escrevendo às duas e meia da madruga.
Estou acordado porque estamos aqui arrumando a casa, preparando as coisas. Isabel completa dois anos hoje e a família vem pra cá. Jogo, almoço e velinhas. Tudo ao mesmo tempo.
A ansiedade é por conta do jogo.
Tirando Itália e Alemanha, que me desculpem os céticos, hipócritas , politicamente corretos e/ou cautelosos. O Brasil é favorito contra qualquer outra seleção do mundo. E isso inclui o Uruguai (que depois de 50 só ganhou o mundialito de 81 e mais nada) e a Argentina com sua copa roubada em 78 e Maradona e a mano de Dios.
Por incrível que pareça esse é o problema. E há um certo clima de vitória certa sobre o Chile, afinal sempre que nos encontramos passamos por eles. E desde quando história ganha jogo? Aí fica o seu Galvão Bueno, o maior secador do esporte mundial, gritando que “se tem crise, chama o Chile”. Como assim?
Mas não é só ele. Em trocentas mesas redondas de todos os canais de esporte tupiniquins, neguinho, branquinho e azulzinho continuam comparando e analisando Brasil e Argentina como se os dois já estivessem na Final.
Podem elogiar à vontade, até eu já fiz isso. Mas o time do Chile é um timinho comum, com alguma correria e meia dúzia de dois ou três jogadores pouco mais que medianos. E não me venham com a história que não tem mais bobo no futebol, porque estamos todos aqui.
Sim, quem me conhece, ao vivo ou só por aqui, sabe que tenho um quê de profeta do apocalipse, mas a verdade é que estou com um medo danado desse jogo. Se em 2006 e 2010 foi um vexame cair nas quartas e terminar em quinto lugar, imagine se – jogando em casa – sairmos nas oitavas.
E mesmo que tudo dê certo hoje no Mineirão, esse medo que me pelo continuará ali, pronto pra dizer “eu não falei?”, até que encontremos um time grande de verdade pela frente. E isso só é possível na semifinal e só contra a Alemanha, pois a Itália já está em Roma, Milão, Turim e por aí vai.
Não, não tenho medo do Chile. Tenho medo desse jogo de amanhã, especificamente. Como terei – imaginem – se chegarmos na final para encarar a Holanda que jogou três finais e perdeu todas. O mesmo com o time de Messi, freguês de carteirinha. Numa copa em que a Costa Rica despachou dois campeões mundiais, a Argélia se classificou e a Suíça goleou, dá pra negar que os deuses da bola resolveram fazer graça? E esses possíveis cenários não são ideais pra eles aprontarem?
É, só resta torcer pra que tudo dê certo. Se não, depois, não digam que não avisei…