Nada mais a declarar

Comemorou hoje? Gritou o nome dele?

Fez dele um Rei, de novo?

Vai ser assim quando, insatisfeitinho com o café da manhã do clube, ele resolver encostar no pau da bandeirinha e não sair dali 90 minutos, te deixando louco na arquibancada?

Fiquei pensando sobre o jogo de ontem, em como é difícil perceber se o time jogou bem ou mal, se cansou ou só se acomodou em boa parte do segundo tempo, coisas assim. Afinal, foram praticamente 90 minutos de um treino de luxo de ataque contra defesa.

Mas é impossível esquecer tudo o que acontece no Flamengo desde o final do ano passado. 2011 que, na prática, só terminou ontem com a classificação para a fase de grupos da Libertadores.

Mas aí, vem o sujeito – que por não ser rubro-negro consegue ter um distanciamento necessário de toda a zorra – e escreve isso aqui.

E eu vos digo: nada mais a declarar.

O jogo

Como não sou sócio do clube, não adianta nada ficar dando pitaco na mais que rasa política rubro-negra. Em ano de eleição, o pau está comendo solto. Crises reais e plantadas e o diabo, tudo o que estamos acompanhando pelos jornais de folhas ou não.

Se dependesse de mim, do dentuço ao vice de futebol, além da equipe de maquetchim completa, colocava todo mundo na rua, a despeito de multas e quaisquer outros problemas. Mas, se sócio não sou, que dirá presidente… E como não tenho que arcar com multas, dívidas e outras conseqüências, é fácil falar.

De qualquer maneira, se alguém quiser ler o que um torcedor relativamente racional pensa sobre tudo isso, basta clicar aqui.

Então, vamos ao que importa. Lembro muito bem da entrevista que o profexô deu em 2010, dizendo que o plano para o ano seguinte era conquistar o hepta brasileiro. Declarações com clima de promessa. Que foi mudando conforme o time começou a desandar no meio da disputa. Confiando na falta de memória crônica do brasileiro em geral, inclusive e principalmente torcedores, começou o discurso que o projeto mirava a Libertadores.

Assim, o Flamengo entra em campo, logo mais, para jogar a penúltima partida de 2011. A última será na próxima semana. As duas, contra o horroroso Real Potosí – que só faz farofa graças aos 4.000m de altitude – decidirão o futuro do clube na competição continental.

Basicamente, é o resultado dessas duas partidas que dará sentido (ou não) ao resto do ano. Objetivamente, hoje é o jogo mais importante dos anos. Passado e atual.

A essa altura (com trocadilho), o recado é óbvio: que se dane o disse-me-disse; que se dane a grana em atraso; que se dane a ridícula queda de braço entre o profexô, o dentuço e seu irmão mercenário; que se dane a falta ou a chegada de reforços; que se dane todo o resto que não seja a postura de homens que os jogadores devem ter hoje.

Apesar do morro, o adversário é galinha morta. Então, basta entrar em campo para honrar o manto que o resto vem naturalmente. Dadas as circunstâncias, um empate ou até uma derrota simples não seriam resultados ruins. Desde que o Flamengo seja Flamengo.

P.S.: Luxemburgo já deu entrevista falando em cautela, se apoiando na desculpa da altitude. Vai ser ridículo, mas preparem-se para ver um time com 58 volantes hoje.

Suspiros

E o Flamengo heim? Pois é, logo depois da goleada sobre o Cruzeiro, coloquei a dúvida se aquele resultado seria um último suspiro ou apenas o início da arrancada derradeira. E todos puderam ver a resposta jogada em nossas caras pelo comportamento horroroso do time contra o Coritiba. E o resultado não poderia ser outro que não a derrota.

Ao final daquela partida, estávamos a sete pontos do título, em 12 possíveis. Quer dizer, apenas um cataclisma protagonizado por todos os clubes que estão à nossa frente nos permitiria gritar ‘é campeão’ ao final da 38ª rodada.

E com os resultados de ontem, estamos a dez pontos da conquista, com os mesmos 12 pontos em disputa. Joguemos nossas toalhas, pois, e reiniciemos nossas contas: faltam, incluindo a partida de hoje contra o Figueirense, 42 jogos para o hepta. Não porque é matematicamente impossível, em 2009 fomos campeões com os mesmos 67 pontos que podemos alcançar se vencermos as quatro partidas que nos restam. Mas a distância para a liderança, hoje, é um tanto maior que imensa.

E, para mim o mais grave, nossos jogadores não demonstram a fome de bola necessária para uma superarrancada. Entram em campo como quem vai à esquina tomar um sorvete. E desse jeito, até a vaga para a Libertadores está em risco quando já começam a pipocar aqui e ali as futricas de praxe sobre problemas entre jogadores e treineiro.

De qualquer maneira, com todo o planejamento feito e dinheiro gasto, e apesar do contrato até o fim do ano que vem, se nem a classificação vier, o profexô não vai ficar. Além disso, tem meia dúzia de medalhões ou nem tanto por ali que já deram o que tinham que dar. Ou seja, se o objetivo mínimo não for alcançado, o caldeirão vai ferver. E muito.

Isso, sem falar nessa história muito da torta de que, até hoje, Ronaldinho Gaúcho está sem contrato. É isso mesmo? Ou o contrato que não existe é entre Traffic e Flamengo? Não entendi essa história até agora…

Fim de feira

Se depois dos resultados de domingo já achava que só mesmo Corinthians e Vasco brigariam pelo título, depois de ontem ficou ainda mais claro. Talvez, com muita muita sorte, o Fluminense permaneça na briga até o final.

E rubro-negro que sou, sei que alguns amigos vão pegar no meu pé. Mas torcerei fervorosamente para que Vasco ou Fluminense consigam derrubar – a essa altura – o favoritíssimo time do Parque São Jorge.

Porque, apesar da rivalidade óbvia, sou bairrista sim e seria ótimo ver o título mais importante do país ficar por aqui pelo terceiro ano seguido. Porque, no caso do Vasco, seria o coroamento de uma turma que conseguiu expurgar a quadrilha de Eurico Miranda e fazer uma boa gestão, pagando muitas dívidas e recuperando o respeito de todos pelo clube que durante muito tempo foi a imagem e semelhança de seu ditador. Porque, no caso do Fluminense, ficaria provado que o clube já vinha crescendo há muito tempo e que o título do ano passado não foi pela obra e graça do retranqueiro Murici. E, finalmente, seria muito bom ver as caras de bunda de Ricardo Teixeira e Andrés Sanchez no dia da festa que já está armada em São Paulo.

A sorrir eu pretendo levar a vida

Nada como uma boa vitória para começar a semana com bom humor. Como – depois de ler crônicas e blogs, além de ver e ouvir comentários na TV e no rádio – desconfio fortemente que o jogo que passou na minha casa foi diferente do transmitido para o resto das pessoas, resolvi escrever em tópicos.

O contrário do Grêmio

Ouvi dizer por aí (e não foi num lugar só) que a atuação de ontem foi o inverso da de Porto Alegre. Não vi isso não. O Flamengo começou o jogo em cima do Cruzeiro, marcando forte e tentando atacar. E, de repente, teve um apagão que durou, sei lá, uns nove minutos. Tomou o gol, uma bola na trave, o pênalti ridículo de Alex Silva e só. E daí pra frente, até o fim, não houve mais adversário em campo.

É claro que se o pênalti fosse convertido, o jogo teria outra história. Mas o se não joga.

Na verdade, a cagalhopança que tirou Williams do time parece ter ajudado. Thomás jogou bem pela segunda vez seguida. E como Renato Abreu estava suspenso, Muralha entrou no segundo tempo no lugar certo. E fez o que fez.

Meio-campo

Acho que todos concordam que o menino da camisa 25 não pode mais sair do time. Mas para a próxima partida, Renato Abreu estará de volta, o profexô não vai tirá-lo do time. E isso nem é tão mal. O que fazer, então? A solução é simples: colocá-lo como segundo homem.

E por que isso não é tão mal? Porque Renato, com todas as suas limitações, sabe fazer a saída de bola melhor do que Aírton. E ontem, o camisa 55 foi o responsável por ditar o ritmo de jogo, segurar a bola quando preciso e tentar acelerar quando possível. Não precisa nem pensar muito pra dizer se isso faz algum sentido.

Também não discordo totalmente de Luxemburgo quando ele diz que é perigoso, até para os meninos, colocar Muralha e Thomás em jogos decisivos desde o início. Então, para a próxima partida aposto no meio-campo com Aírton, Renato, Thomás e Thiago Neves.

Falando nele…

A melhor coisa de ontem foi ter pedido o samba O Sol Nascerá como trilha sonora dos seus três gols na matéria do Fantástico. Mas alguém precisa avisá-lo que o clássico é de Cartola e não do Revelação.

Sobre o golaço que fechou a conta, vale lembrar que Fábio tentou entregar o jogo de forma parecida desde o primeiro tempo. Mérito para o nosso camisa sete, que aproveitou a chance que teve com muita classe.

R10

Eu só o vi em campo, de verdade, duas vezes. Na cobrança do escanteio do segundo gol e no lance em que, com o gol aberto, resolveu fazer gracinha. Olhou para um lado, chutou para o outro. E bola teria ido parar na geral se geral lá houvesse. Pois bem, não é bom esperar muito do sujeito na reta final. Sempre sumiu nos momentos de decisão, mesmo em seu auge no Barcelona. Não é agora que vai mudar. Se tiver uma chance de brilhar, talvez aproveite. Mas que ninguém conte com ele como esteio na luta pelo título ou por qualquer outra coisa.

Próximos passos

Nossa tabela não é boa nem ruim. Do Coritiba, se arrancarmos um empate lá – dado o histórico – será bom. Contra o Figueirense, a surpresa do campeonato, não espero nada diferente da óbvia vitória que colocaria as coisas nos seus devidos lugares. Tenho um certo medo do Atlético de Goiás. Se tudo correr bem até lá, é provável que o Serra Dourada esteja lotado de rubro-negros. E é nesses cenários com tudo a favor e contra times pequenos que o Flamengo costuma entregar a rapadura. Inter em casa é jogo grande de time grande. Não tenho nenhum medo. E contra o Vasco… O dia em que um rubro negro tiver medo de jogar contra o Vasco, é melhor largar o futebol.

4 pontos

Estamos a quatro pontos do título. Porque não basta empatar com ninguém, temos menos vitórias que todos os nossos adversários. Mas vejo o campeonato na nossa mão. A questão é saber se vamos buscá-lo ou não. Se o jogo de ontem foi um último suspiro ou o início de um maravilhoso sprint à vitória.

Porque como já aconteceu ontem, o Corinthians vai peidar. Desculpem a linguagem tosca. Mas seu técnico já bradando em entrevista coletiva que ali não há cagalhões (assim mesmo) é a prova cabal da tremedeira que acometerá o time dos mano e das mina, a necessidade de autoafirmação que negaria o óbvio.

Também não acredito que o Vasco agüente o tranco e já sabemos que Caio Jr. não deixará o Botafogo brigar pelo título. Também não aposto no Fluminense, mas já é de quem tenho mais medo a essa altura.

Ou seja, apesar de não parecer, só depende de nós. Faltam cinco jogos para o hepta. Será que o time vai ter coragem de ser campeão?

Bisonho

Neosaldina? Numa sexta-feira? Sem avisar o médico? Tá bom, Felipe, tá bom. A gente acredita…

É preciso querer vencer

Quem está acostumado a passar por aqui deve ter notado que não falei de futebol, principalmente de Flamengo nessa semana. E não porque perdeu para o Grêmio no último domingo, mas pela forma como perdeu.

Para o resultado do campeonato, a derrota não foi nada demais. Eu mesmo já tinha dito que, nos sete jogos que faltavam, ainda perderíamos três ou quatro pontos. Mas o jeito…

Primeiro, a notícia da cagalhopança protagonizada por Williams. Queiram ou não, coisas assim atrapalham o ambiente. Mas – apesar do problema ou graças a ele – o profexô conseguiu montar um time, com a entrada de Thomas, que funcionou muito bem, com boa posse de bola e agredindo o adversário. Apesar do segundo gol ter saído num lance de sorte, àquela altura já poderíamos estar vencendo por dois ou três gols de vantagem, não fosse a completa inaptidão de Deivid.

É claro que tudo tem um preço. Sem nosso cão de guarda e com um zagueiro brilhante que tenta marcar os adversários com a bunda, corremos alguns riscos e vimos até troca de passes em nossa grande área. Mas fomos para o intervalo com2 a1 no bolso. Na volta dos vestiários, a impressão era que houve farta distribuição de soníferos ao nosso escrete.

Sem vontade, sem tesão, sem atenção… E com nosso profexô inspiradíssimo. Thomas errou dois ou três passes e foi sacado para a entrada de Muralha. Com o esquema que deu certo no primeiro tempo desmontado e a notável preguiça de todos, o jogo foi pro saco.

O time do Flamengo, sabidamente, é bom o suficiente para ser campeão, todos estão cansados de saber. Mas não basta ser bom, é preciso querer vencer. Ainda faltam seis jogos e o hepta ainda é possível. Mas se continuarem jogando como fizeramem Porto Alegre– não importa quem seja escalado –, o Flamengo que demorou trezentos meses para perder a primeira partida no ano não pega nem Libertadores.

Ronaldinho

Eu disse muitas vezes que Ronaldinho Gaúcho não era sujeito em que se pudesse confiar em horas de decisão. A essa altura do campeonato, já esperava que tivéssemos um time azeitado o suficiente para não dependermos tanto dele. Já sabemos que isso é um delírio.

Além disso, sua volta ao Olímpico com toda a pressão etc. e tal já se esperava complicada. Mesmo assim, começou ‘bem’. Um cobrança de falta quase perfeita, um ou outro passe de calcanhar e… Mais nada. Donde surge minha face de psicólogo de botequim.

Se tivesse marcado o gol de falta antes dos cinco minutos, aposto que ele teria deslanchado e destruído o time do Grêmio. Pois escrevam aí: suas atuações (e, conseqüentemente, os resultados das partidas do Flamengo até o fim do ano) dependerão fortemente dos inícios de jogo de Ronaldinho. Pois são todas partidas decisivas e o sujeito nunca se notabilizou por brilhar em momentos de decisão.

Poderemos começar a tirar a prova já neste domingo, jogando em casa contra o rebaixável Cruzeiro.

Sete

Aproveitando que falei do Maracanã no post abaixo, lembrei do Flamengo. Que jogou alquebrado contra o Santos em uma partida em que, pelas circunstâncias, todos esperavam uma goleada do peixe. E todos viram que, mesmo jogando mal de novo, mesmo até merecendo perder, não foi o que aconteceu.

É verdade que houve um pênalti não marcado. Mas não por roubo, e sim por falta de coragem do juiz. Imagina, dois pênaltis seguidos contra o Flamengo no Engenhão… Basicamente, ruindade mesmo. Como no gol do Flamengo mal anulado por impedimento.

Cheguei a escrever na semana passada que, mesmo a derrota, não seria um grande problema. Nas sete rodadas, todos ainda vão perder pontos. E, olhando para quem ocupa hoje a ponta da tabela, ninguém me tira a certeza que o campeonato não está nem perto de se definir.

Cinco pontos para tirar do líder em 21 possíveis e ainda com o confronto direto. Já escrevi também: meu sonho é chegar à última rodada dois pontos atrás do Vasco.

Nossos próximos jogos serão os seguintes: Grêmio, Cruzeiro, Coritiba, Figueirense, Atlético Goianiense, Internacional e Vasco. Ainda acredito que perderemos 3 ou 4 pontos. Mais do que isso é ‘adeus hepta’.

Mas vocês já viram os jogos do Vasco? São Paulo, Santos, Botafogo, Palmeiras, Avaí, Fluminense e Flamengo. Pois o time da colina não vai ganhar nenhum dos clássicos e ainda vai deixar escapar mais um ou dois pontos.

Como descarto Botafogo e Fluminense, restaria a preocupação com o Corinthians. O time do amigo do Lula e do Ricardo Teixeira, o time que ganhou um estádio por conta da Copa, o time do cara que disse que vai sair mas quer fazer seu sucessor, o time do Ronaldo. O único time capaz de impedir que a taça continue morando no Rio pelo terceiro ano consecutivo, onde já se viu isso?

Até a festa de encerramento do campeonato acontecerá em São Paulo e já tem gente dizendo que isso é um sinal claro de que o título não escapa, por bem ou por mal. E a tabela? “É a mais fácil”, todo mundo grita. Vejamos então.

Avaí, América, Atlético Paranaense, Ceará, Atlético Mineiro, Figueirense e Palmeiras. Tirando os dois últimos, que já não querem mais nada com a hora do Brasil, todos os outros clubes lutam desesperadamente contra o rebaixamento. Jogarão suas vidas. Somando isso à pressão pelo ‘título fácil’ (já demonstrada na última coletiva destemperada de Tite), sinto dizer-lhes: já era. Os caras vão tremer e… Se bobear, já chegam na última rodada fora do páreo.

E na base do ‘vamo lá, porra’, seremos hepta. Só faltam sete jogos. O lado ruim é que vamos continuar aturando o Luxemburgo. Mas tudo tem seu preço, né não?

Vamulá

Uma baita preguiça para escrever sobre o que o Flamengo fez ontem. Na verdade, deixou de fazer. Perder ponto em casa para esse time mequetrefe do Palmeiras que, além de ruim, ainda vive em crise?

Como diz o Muhlenberg, o Flamengo entrou em campo na base do ‘vamo lá porra’. E deu a sorte de achar um gol (impedido). E aí, Deus sabe como, os caras que erram mais de 60 passes por jogo recuam para atrair o adversário e sair no contra-ataque. Quer dizer, os caras que não conseguem acertar passe de três metros em marcha lenta acreditam que vão conseguir fazer triangulações rápidas e lançamentos longos? Otimismo tem limite, ora essa.So

E seu Luxemburgo faz o quê, no clube, além de ganhar dinheiro? Esses caras treinam mesmo? Porque quando começam os jogos, tirando o Felipe que tem as traves como referência, ninguém mais sabe que espaços ocupar.

E o pior é que mesmo assim, aos muitos trancos e barrancos, estamos ali ali. Faltam nove jogos para o hepta. Vamo lá, porra!

Hora da verdade

Ganhamos do América!!! Que maravilha!!! Somos duca!!!!

Na verdade, a vitória de sábado era tão obrigatória que as únicas reações que vi por aí foram de alívio pelo fim dos quase dois meses sem ganhar de ninguém. E olhem que mesmo jogando contra o lanterna e já (virtualmente) rebaixado, foi difícil.

Boa parte da dificuldade foi criada pelo nosso próprio profexô, que saiu jogando na retranca, contra time pequeno e ruim, em casa. Dá pra entender? Pois é. E foi pro intervalo perdendo de um, que aquela altura era pouco. Ok, nenhuma novidade nisso, todo mundo já sabe o que aconteceu.

No segundo tempo, colocou a molecada em campo e soltou o time. E, mesmo que na bacia das almas, virou o jogo.

Mais uma vez (já estou ficando repetitivo), o problema é de atitude, de entender quem é quem, de saber que Flamengo só é Flamengo quando é time que ataca e quer vencer. Qual será a dificuldade de entender isso?

Passada a tempestade (tomara), há que torcer para que nosso treineiro seja iluminado e tome as decisões corretas. Porque até alguém dizer por aí que nossa tabela é, dos times que ainda brigam por alguma coisa, a mais difícil, já aconteceu.

Pois a lista de jogos é a seguinte: São Paulo, Ceará, Grêmio, Coritiba e Atlético Goianiense (fora); Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Figueirense e Internacional (casa); Fluminense e Vasco (os clássicos). E como podem contar, só faltam 12 jogos para o hepta.

Não tenho dúvidas de que vamos atropelar e vencer os grandes jogos. Meu medo – combinando a história recente com a conhecida vocação para levantar defuntos – está depositado nos jogos contra Ceará, Coritiba, Atlético Goianiense e Figueirense.

É claro que temos tudo para ser campeões – e é só ver quem é o líder provisório para saber qual é o resultado lógico do campeonato. Mas a turma precisa perceber que não pode nem pensar em repetir a atuação do último sábado. Porque se isso acontecer, não vai ganhar nem jogo de botão contra nenhum dos próximos adversários.

O recado, básico, é o seguinte: chegou a hora da verdade, é tempo de nossas vacas premiadas e muito bem pagas e de nosso profexô catedrático e milionário provarem porque valem tanto.

Seriedade

Literalmente, dormi durante o jogo de ontem. Jogo que começou estranho, modorrento apesar do domínio, algumas chances e até o gol do Botafogo. Depois, entre ontem à noite e hoje, vi o tape e li as críticas.

Porque não vi o primeiro tempo acabar e não acordei nem com os gritos pelo gol do Jael. E acabei assistindo só os últimos seis ou sete minutos da partida ao vivo.

No frigir dos ovos, primeiro um time completamente sonado e desorganizado. Melhorou um pouco, mas nada que emocionasse. Por fim, uns 20, talvez 25 minutos de acomodação com o empate. O que é uma vergonha para o Flamengo.

Lembrando de um velho clichê (quase certeza, de autoria do profexô), “o medo de perder tira a vontade de vencer”. E esse é o problema. Sujeito que joga no Flamengo não pode abdicar da vitória jamais. Sujeito que joga no Flamengo tem que saber que perder faz parte do jogo mas que a acomodação com a não-derrota é inadmissível. Sujeito que joga no Flamengo tem que saber que, apesar dos riscos, tem que partir pra cima mesmo que seja aos trancos.

Esse tem sido o grande problema do Flamengo nessa longuíssima série de nove jogos sem vitória. Ter entrado em campo, sempre, com uma preguiça irritante, um certo jeito ‘tô nem aí, se der deu’.

A maior prova de que o campeonato está aberto é que o Vasco assumiu a liderança. E a coisa está tão fácil que nem é preciso padrão de jogo, jogadas ensaiadas e qualquer outra coisa que mostre que o profexô tenha trabalhado. Basta jogar sério e deixar pra lá essa estranha vontade de ajudar os pobres e oprimidos, como nosso ridículo e galináceo próximo adversário. E aí, como disse o vergonhosamente agredido Arthur Muhlenberg no Urubunews, o empate de ontem terá sido apenas o início de uma nova série invicta a caminho do (faltam só 14 jogos) hepta.

P.S.: Para desopilar o fígado, acalmar o coração e inspirar a alma à espera da vitória de quarta-feira, ouçam Rosemary Clooney e John Pizzarelli. Juntos e só tocando bossa.

Eu quero é ovo

O que dizer depois do que aconteceu ontem em Macaé? Não é por acaso que demorei tanto a pingar aqui alguma coisa. A turma entrou em campo com uma vontade, com uma garra, com uma disposição de fazer inveja a qualquer deprimido sem ânimo até para o suicídio.

Teorias e boatos já estão por aí há tempo suficiente para qualquer um criar as mais loucas teorias e um sem número de variantes. A mais óbvia, que os caras querem derrubar o técnico. Motivos, há muitos. A falta de liberdade para as noitadas a que mais vende jornal, com certeza. Também há notícias de insatisfações generalizadas com o não pagamento de prêmios, luvas e afins.

Eu não quero nem saber se o pato é macho. Quero o ovo. Então, é bom que diretoria e comissão técnica (a mesma ou uma nova) resolvam o negócio.

Continuo sem me preocupar com a distância de pontos para a ponta e ainda faltam 15 jogos para o hepta. Ou será que a turma vai entregar a rapadura, como já acreditam muitos rubro-negros de pouca fé?

Luxemburgo

Sou um daqueles que não gosta do sujeito. Nem por isso, dou-me o direito de demonizá-lo. Se ele é o cara em que deve ser depositada a responsabilidade pela derrocada do time, pensemos no que ele fez este ano e em possíveis substitutos.

É verdade, por exemplo, que não temos jogadas ensaiadas. Mas acho um exagero dizer que não temos qualquer padrão tático. Porque nosso time titular tinha sim. Nada muito rebuscado, muito abaixo da fama do treineiro, mas real. Ou todo mundo já esqueceu que, apesar de nossos zagueiros, perdemos apenas um jogo em oito meses? E que nós, até outro dia, tínhamos o melhor ataque do país, apesar do Deivid?

E também não se pode esquecer que várias de nossas vacas premiadas se contundiram e todas tiveram queda absurda de produção. E nosso banco não está à altura das possibilidades de nossos titulares.

Agora, imaginem que o profexô seja demitido. Quem vocês colocariam em seu lugar, quem está à disposição no mercado e não é retranqueiro? Renight? Tromba?