Todo mundo quer ser jovem

Não, não concordo com o título do post. Mas é verdade que o vídeo abaixo é interessante, uma boa abordagem à questão das gerações, seus comportamentos etc. Se tem um defeito, é não apresentar uma juventude que está realmente em uma aldeia global, pois ele se limitou à Europa e América do Norte. Ou seja, falta muita gente. O que não invalida o vídeo, mas não permite que ele seja reconhecido como completo.

O que importa: vejam porque vale a pena.

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

Passo de cágado

Não, o blog não entrou de férias apesar do post de feliz natal aí embaixo. Mas vamos combinar que não há muito o que falar nos últimos dias né não. Se tem dúvida, pare pra pensar nas poucas coisas relevantes que passaram na TV ou foram estampadas nos jornais de folhas desde o último sábado.

Ontem a moça anunciou mais sete nomes que irão compor seu time de governo. E se não bastassem a volta de Lobão e Palocci, a ressurreição de Moreira Franco e a manutenção Orlando Silva Jr., ainda faltam outros sete nomes. Pombas, 37 ministros ou secretários com status de ministro! 37!!! Precisa falar mais alguma coisa ou arrancar nossas calças pela cabeça por causa disso?

Pois é, e enquanto isso o moço vai produzindo alguns rega-bofes Brasil afora para se despedir, afinal o mito vai se retirar. E a pior parte disso é que, de alguma forma, ainda serei obrigado a dar o braço a torcer e direi que ‘sinto falta do Lula’. Deus nos guarde…

No Rio, como previsto, depois da fanfarra no complexo do Alemão, seguimos vivendo naquela paz de mentirinha enquanto um amigo policial que teve o carro metralhado segue no hospital e a polícia civil tenta fazer prisões e desmontar uma milícia. Claro que nada disso acontece na Zona Sul. Afinal, é verão, bom sinal, e do Leme ao Pontal, tudo é lindo e maravilhoso. Como as meninas (ou não) famélicas (ou não) que desfilam com estampas variando entre onças e leopardos e unhas com esmaltes quase fosforescentes, um belo regalo aos nossos olhos, uma ode ao bom gosto.

E como eu resolvi não me aporrinhar, não me desgastar com o Flamengo do profexô que renova com Fernando e contrata Felipe, pelo menos até começar a pré-temporada oficial, e como na F1 nada de novo acontece além do que já foi previsto e avisado por aqui mesmo em outros dias, está justificado o estado de semi-abandono desse canto nos últimos dias. Uma espécie de passo de cágado à espera de algo que valha realmente a pena destacar.

E aí, alguém com um bom espírito que passar por aqui e ler esse texto vai perguntar se não dá pra ser menos ranzinza, ter um pouco de bons sentimentos, afinal é véspera de Natal, vamos começar um novo ano etc etc etc. E eu respondo: e tem como?

Pasteurização

Sete, sete e muito pouco da manhã, e lá estava eu caminhando com Adriça e Joana pelas pequenas transversais arborizadas da Tijuca. E de longe já percebi que o negócio era sério. De parar o trânsito, do balacobabo, supimpa!

Se esse encontro tivesse acontecido ontem, alguém poderia dizer que era um anjo enviado à terra pelos deuses do samba para abençoar o dia santo. Que mulata!

Mas havia algo errado naquela cena. E, na verdade, não foi difícil descobrir o quê.

Já faz muito tempo que ando incomodado com uma prática que foi adotada há muitos e muitos anos: o cabelo liso na marra. Não sei quem foi o estúpido que convenceu as moças (um tanto tontas também, afinal) de todos matizes e tipos de cachos que seu cabelo natural não era bom. E é um tal de puxa daqui, estica dali, que deixa qualquer uma muito parecida com a que está ao seu lado, com pequenas variações de peso e volume que podem indicar a qualidade (e o preço, claro) do método utilizado. Do Alisabel à novíssima-super-in escova London, passando por um bom período banhado a formol.

E lá vão elas, desfiguradas, pasteurizadas, abdicantes de estilos e identidades (independente de pintarem ou não suas unhas de azul ou algo que o valha).

Trabalhei com uma moça que tinha um cabelo lindo e cheio de cachos. Mas toda vez que tinha um compromisso importante em sua agenda, um jantar, um casamento, lá vinha ela toda esticada, sub-urbanamente alisada. E olha que todo mundo falava pra ela não fazer isso. A não ser, claro, as amigas sub-urbanamente pasteurizadas como ela.

Não, não consigo entender essa necessidade de ser apenas mais do mesmo, esse perder a chance de ser unicamente linda.