Chili com vodka

Juntem uma corrida que terminou às quatro e meia da manhã, uma boa dose de decepção, um domingo de muito calor com a família e pronto. Sinceramente, não deu vontade de parar em frente ao computador para escrever sobre Fórmula 1. Acho que, como todo mundo que gosta do negócio, esperava muito da corrida de Melbourne. Afinal, um monte de novidades e uma pista que geralmente nos oferece bons espetáculos. Mas não foi o caso. Vou por partes.

– Asa móvel: o que prometia transformar as corridas em um festival desmedido de ultrapassagens acabou não fazendo nem farofa. Entre carros com desempenho semelhantes, a geringonça acabou não influindo em nada e quem defendia posição levava sempre vantagem. Para se livrar mais rápido de retardatários, talvez seja útil. Mas aí é preciso dar sorte de encostar no carro mais lento na área que o uso da asa é permitido. Talvez, em pistas com retas colossais, como o GP da Malásia que acontecerá em duas semanas, o dispositivo faça alguma diferença real na briga por posições.

– Pneus: o asfalto liso das ruas de Melbourne acabaram não surtindo o efeito esperado. A maioria dos pilotos fez duas paradas (o que já era habitual), alguns fizeram três e um conseguiu chegar ao fim da prova com apenas um pit stop. O rendimento dos pneus têm, realmente, quedas bruscas – principalmente os mais macios – mas as disputas de posição acabaram não acontecendo. Quando alguém se aproximava, o da frente logo jogava seu carro no box para a troca, sabendo que o outro sujeito também teria que parar e tudo voltaria ao normal. Resta saber se também haverá uma espécie de comportamento padrão em Sepang, onde o calor promete ser altíssimo e o asfalto é muito mais poroso.

– Massa: parece que o piloto que lutou pelo título de 2008 se aposentou. Sua classificação foi ruim, prejudicada por uma rodada bisonha quando saía dos boxes com aquele que deveria ser seu melhor jogo de pneus na briga pela pole. Na corrida, começou com uma largada brilhante, em que ganhou quatro posições, mas logo perdeu rendimento e acabou sumindo depois da boa briga com Button. Foi engolido por Alonso. Apesar do mesmo número de paradas, nunca conseguiu andar no mesmo ritmo do espanhol e terminou em uma melancólica nona posição. Se mantiver o padrão durante o ano, teremos mais um brasileiro desempregado em dezembro.

– Ferrari: para o que prometeu durante a pré-temporada, desempenho abaixo da crítica. Mesmo Alonso, que terminou em quarto, nunca teve condições de brigar pelo pódio. Alonso largou muito mal, enquanto Vettel e Hamilton dispararam desde o início. Apesar de uma boa recuperação, o espanhol chegou à quarta posição sem qualquer chance de atacar o russo Petrov, que levou sua Renault (ou Lotus Renault, já não sei mais) ao pódio.

– McLaren: impressionante a virada que a equipe deu em tão pouco tempo e sem a possibilidade de testar. Saiu da Austrália como a grande rival da Red Bull para o ano. Se outros times vão entrar na briga, ainda não se sabe. Mas o time de Woking, especialmente Lewis Hamilton, será a pedra no sapato dos touros vermelhos.

– Red Bull: falar o quê? Que foi estranho o tamanho da diferença entre Vettel e Webber? Tá foi, mas isso não deve ser tão comum, acho que foi uma circunstância. Que Adrian Newey é fodástico? Todo mundo já sabe. Pois é tanto que até o boato sobre ele é duca. A equipe não confirmou (nem vai), mas o projetista desdenhou do KERS e, dizendo que só faz diferença mesmo na largada, teria criado um ‘mini-KERS’ que só funcionaria quando as luzes se apagam. Se é verdade, além de não gerar tanto calor durante toda uma corrida, ainda permite que a diferença de peso entre o aparelho tradicional e a tal invenção sirva como lastro distribuído para melhorar o equilíbrio do carro. Será que isso é verdade?

– Barrichelo: fim de semana para esquecer, desde a rodada infantil na classificação até o acidente que provocou em uma tentativa de ultrapassagem otimista demais (para ser educado). Foi possível confirmar que a Williams é um bom carro, que pode incomodar. Mas a falta de grana crônica do time não permitirá um ritmo de evolução como de outras equipes e deve acabar ficando um pouco pra trás.

– Chili com vodka: os grandes destaques da corrida foram o mexicano Sergio Pérez e o russo Vitaly Petrov. O primeiro, estreante com a pecha de piloto pagante, mostrou que não tem nada de bobo. Fez andar o bom carro da Sauber e, com apenas uma troca de pneus, terminou em sétimo, à frente do companheiro Kamui Kobayashi. Uma pena a desclassificação da Sauber por medidas erradas na asa traseira. Petrov é outro que chegou à F1 como pagante. É verdade que foi discreto (ou pior) no ano passado, mas andou bem desde o início do final de semana. Engoliu o experiente Heidfeld e chegou ao pódio. Talvez, o bom desempenho seja reflexo da ausência de Kubica, de sua sombra de grande piloto e líder da equipe. Enfim, olhando para o resultado de ontem, impossível não imaginar o que o polonês não seria capaz de fazer com o mesmo carro.

Agora resta esperar por Sepang, por saber do que a Ferrari é capaz de fazer para melhorar, por saber quanto tempo a Hispania irá existir, pela desculpa de Massa por não conseguir andar sequer em ritmo parecido ao de Alonso, por saber qual o tamanho da surra que a Red Bull aplicará nos outros no próximo GP.

Já era hora

Finalmente, começa daqui a muito pouco a temporada 2011 da Fórmula 1. Sim, adoro esse negócio, sinto falta de assistir treinos e corridas, de tentar entender as estratégias de corrida e suas conseqüências, de prestar atenção em um pit stop e perceber onde está a diferença que faz um ou outro ganhar ou perder uma posição etc etc etc.

Quem está acostumado a visitar esse meu canto deve ter percebido que não falo no assunto há dez dias. Simplesmente porque não aconteceu nada de relevante. Mas a aproximação da primeira prova revela alguns detalhes e ainda alimenta alguns boatos que valem registro.

A primeira coisa é uma entrevista em que Vettel, ainda discutindo o número de botões no volante e asa móvel, disse que os pilotos até poderiam se unir e não correr. Besteira, eles simplesmente não tem a união necessária para um movimento como esse, a maior parte não tem personalidade para assumir compromissos desse nível e, desconfio com quase certeza, nem autonomia para levar algo assim à frente.

De quebra, Schumacher (o cara que mais modifica o carro durante uma volta) e Alonso disseram que tudo isso é besteira, que pilotos de F1 tem capacidade para lidar com todos os botões do volante e que a pré-temporada serve para fazer esse tipo de adaptação.

Outra notícia é o quase arco-íris que a Pirelli resolveu instituir para identificar seus pneus. O esquema é o seguinte: laranja, chuva; azul, intermediário; vermelho, supermacio; amarelo, macio; branco, médio; prata, duro. Talvez dê um pouco mais de trabalho para nos acostumarmos do que com o sistema usado pela Bridgestone, mas a idéia é muito legal. O único senão foi a escolha do prata, que pode ser confundido com o branco. Poderiam ter escolhido verde ou violeta, só para citar duas cores do arco-íris.

Outra notícia que pintou por aí é que a Hispania está a um passo de quebrar. Ok, agora me digam uma novidade. Já me surpreendi com o fato dela dizer que vai correr esse ano, até apresentou um carro. Será que termina a temporada? Será que, com a regra dos 107%, conseguirá largar para alguma corrida?

Já a McLaren prometeu um carro quase novo para a primeira corrida. Tudo porque teve muitos e muitos problemas – principalmente hidráulicos – de confiabilidade durante os testes. Essa falta de confiabilidade certamente é fruto de um carro novo com tantas inovações, problemas que Red Bull e Ferrari não tiveram. Mas além do que vai por baixo da carenagem, que a equipe tentará resolver, haverá novidades à vista de todos, como um novo escapamento inspirado na Renault. O negócio é ver se vai funcionar.

Outra curiosidade é que, com o início das programações das equipes em função de GPs, também começaram as programações estranhas dos patrocinadores. Não é que mandaram Vettel pastorear e tosquear uma ovelha. Será mesmo que uma ação dessas, tão fora de propósito, alavanca os negócios? Publicitários e marqueteiros, favor discorrer sobre o tema.

Por fim, um pouco da corrida propriamente dita. A FIA definiu a área de monitoramento dos carros (entre as curvas 14 e 16) e ampliou a área em que será permitido o uso da asa traseira móvel para toda a reta dos boxes (contra os 600 metros iniciais). O interessante nessa história é que como é um trecho de média e baixa velocidade, há a possibilidade de quem estiver atrás forçar um pouco mais as freadas, principalmente na 15, para colar no carro da frente. Assim, poderia usar a asa para fazer a ultrapassagem. Em resumo, nada mais artificial, pois enquanto o carro de trás pode ganhar algo entre 10 e 14km/h, o da frente não usa a asa e vira presa fácil.

Outro ponto de atenção é que o desgaste dos pneus vai provocar estratégias diferentes e, em vários momentos da prova, veremos carros com rendimento muito díspares. Assim, naturalmente, o número de ultrapassagens já cresceria. Mas como essas manobras vão se misturar com as provocadas pelas asas, a corrida tem tudo para virar uma zona. E aquilo que era tão difícil, tão esperado e tão comemorado, vai perder a graça por sua banalização.

Mas o que importa mesmo é que, no final das contas, o favoritismo continua com a Red Bull. A Ferrari, ainda atrás, deve estar bem próxima. Daí pra trás… Mas se há uma corrida no ano que, mesmo sem chuva, pode provocar boas e grandes surpresas, é o GP de Melbourne. Vale se programar.

Pequenas observações sobre quase tudo ou quase nada (2)

É impressionante como coisas simples, muitas vezes, deixam você de cabeça pra baixo. No meu caso, uma febre quase constante de 39º que apareceu sem motivo aparente e que, constante, nos fez ficar de vigília entre antitérmicos, banhos e compressas durante quase dois dias, até descobrir a garganta inflamada e começar o tratamento que, aos poucos, foi devolvendo a boa disposição e o sorriso – além do sono tranqüilo. E se eu fiquei meio fora de órbita, e até Adriça e Joana deram seus plantões ao redor do berço, certamente vocês conseguem imaginar como ficou a mãe da moça. O pior é que até hoje (2011!) ainda há gênios que as acreditam como sexo frágil. Ahã…

Mas mesmo depois de quatro dias sem praticamente abrir o computador, ler jornal ou prestar muita atenção à TV, metido que sou, resolvi dar aqui alguns pitacos sobre algumas notícias relevantes dos últimos dias.

 

Mínimo

Tenho achado muito curioso todo o noticiário que vem de Brasília nos últimos tempos. Como todos sabem, será bastante discutido e provavelmente votado o reajuste do salário mínimo nesta semana. E vejam como o termo ‘curioso’ realmente cabe aqui. Sem entrar na discussão sobre se é certa ou errada, o fato é que foi criada e aprovada uma regra (que deveria valer até 2023) para os reajustes anuais do vale coxinha nacional. Então, se está havendo discussões, pressões etc., é porque neguinho está rasgando a regra. Será que estou enganado?

Noves fora, a discussão ficou tão acalorada que o próprio presidente da câmara, Marco Maia (do mesmo PT de Dilma), disse que haverá um amplo debate na casa. Como o governo tem ampla maioria e deve conseguir a aprovação da milionária quantia de R$ 545, não se sabe o quanto há de farofa (afinal, a população precisa acreditar que os caras estão lá para defender seus interesses) e o quanto há de pressão por outros interesses. O que se sabe é que as nomeações para o segundo escalão estão paradas, à espera do resultado da votação.

Então, não é mesmo curioso? Porque é claro que fisiologismo não passa nem perto disso e eu devo mesmo estar meio doido.

 

Senna

É, eu também caí na esparrela de que haveria um duelo entre Bruno Senna e Nick Heidfeld pela vaga de substituto de Kubica na Lotus Renault (a preta). Diga-se de passagem, a postura do brasileiro durante a semana foi sensacional. Além de entender e concordar com a busca por alguém mais experiente para o desenvolvimento do carro, aproveitou a chance de andar com um F1 de verdade. Depois de quase 70 voltas no circuito de Jerez, na Espanha, foi consistente, fez bons tempos e passou boas informações para o time. Ganhou quilometragem e se mostrou pronto para assumir o posto de piloto no caso de eventualidades. Enquanto isso, o alemão deverá mesmo ser o escolhido para a vaga e o anúncio deve sair nesta semana, antes dos próximos testes, que acontecerão em Barcelona.

Enquanto isso, a Globo não perdeu a chance de fazer uma matéria bem ‘mela cueca’ sobre o nome Senna e o carro preto e dourado chamado de Lotus. Aquele velho papo de Brasil-il-il que não leva ninguém a lugar nenhum.

 

Frenesi faraônico

E Mubarak caiu e assumiu uma junta militar. Com uma promessa: governar pelos próximos seis meses ou até que seja possível convocar eleições gerais. De quebra, o parlamento desfeito e a constituição rasgada (oficialmente, uma comissão fará sua revisão com consultas à população). Não sei vocês, mas ando encafifado com essas promessas do novo governo, tenho a impressão que já li algo parecido com alguns livros de História por aqui. Mas deve ser só uma cisma boba minha né. Afinal, todas as grandes nações apoiaram (mesmo que a contragosto velado) a mudança no país.

É claro que não sou louco, sou contra qualquer tipo de ditadura. Mas há que se observar com cuidado o que vai acontecer no Egito daqui pra frente. Não sei porquê, mas tenho a impressão de que haverá problemas graves no futuro, algo como uma nova ditadura de fundo religioso, devidamente disfarçada por eleições. Tomara que eu esteja errado.

Outra coisa a se observar com atenção é que a confusão na terra dos faros não foi a primeira a começar, mas a primeira a ter resultado concreto. E que uma espécie de efeito cascata já pode ser visto em outros países do Oriente Médio e da Ásia. Será um ano bem barulhento ao redor do mundo, podem esperar.

 

Farelo

Um pouco mais de F1, vou arriscar falar de pneus. Existem algumas maneiras óbvias de se utilizar a participação no automobilismo como publicidade de pneus. A maior delas é mostrar que seu produto é extremamente confiável: durável (econômico) e seguro. Foi o que a Bridgestone fez desde que é fornecedora F1, entre outras categorias).

Pois a nova fornecedora, a Pirelli, resolveu assumir outro caminho. Em parceria com os anseios da FIA e da FOM por corridas mais emocionantes, seus pneus praticamente se esfarelam na pista, obrigando pilotos a serem mais delicados ao volante e – ao mesmo tempo – obrigando equipes a pensar em estratégias diferentes das até hoje habituais. Mesmo que isso não seja apresentado claramente em sua publicidade, isso mostrará como os pneus (e a maneira como você os usa) pode mudar o comportamento de um carro, tornando-o mais ou menos seguro.

Sobre o resto da Fórmula 1, só faltam mais duas baterias de testes antes do início da temporada. E é a partir da próxima, em Barcelona, que será possível começar a entender a relações de força do campeonato que vem aí. A pista espanhola é fundamental por vários aspectos e muitos dos trunfos que foram escondidos até agora pelas equipes serão, finalmente, apresentados. Ainda será possível ver brilharecos deste ou daquele time em busca de patrocinadores, mas ao final da semana já saberemos – com raros desvios – quem vai brigar pelo quê durante o ano.

 

Paz insuportável

Então tá, desde sexta-feira a polícia federal faz operação no Rio, com mandados de prisão contra trocentos policiais civis e militares que revendiam a traficantes, parte do material apreendido (drogas, armas e munição) em operações nas favelas, inclusive naquela que virou propaganda de governo, no Alemão e na Vila Cruzeiro.

E aí, já ouvimos e continuaremos ouvindo expressões como ‘cortar a própria carne’(ou vocês acreditam que o nome “operação guilhotina” é por acaso?), ‘depurar a instituição’ e coisas do gênero.

Preciso admitir que estou positivamente surpreso, pois a coisa apareceu de maneira rápida para os nossos padrões. O problema é que é justamente por coisas assim que não perco a desconfiança de que todo o esforço feito até agora não passa de uma espécie de maquiagem para que o cenário esteja a contento para a copa de 2014 e os jogos de 2016. Mas vocês não tem noção de como eu quero estar completamente errado sobre isso.

 

Passou da hora

E o Flamengo goleou o Resende por 1 a 0 hoje e terminou a fase de classificação da Taça Guanabara com 100% de aproveitamento. Lindo! Só que, a despeito dos números, não vi o time jogar bem de verdade durante um jogo inteiro até agora. E, sinceramente, já passou da hora do profexô dar um padrão de jogo para o time. Porque a verdade é que, até agora, foi só baba. Tanto que o ex-Bacaxá passou para as semifinais em segundo no grupo.

Mas não há como negar que somos favoritos. Afinal, nosso próximo adversário conseguiu empatar com Bangu e Macaé. E o Fluminense perdeu para ele… O que me incomoda nessa história (é, sou mesmo fatalista e pessimista) são os tais 100%. Porque todo mundo sabe que ninguém é imbatível, e quanto mais tempo passamos invictos, mais perto estamos da primeira derrota. Tomara que não seja agora.

Noves fora, antes do jogo com o Botafogo, teremos a estréia na Copa do Brasil contra o Murici de Alagoas. Bom momento para o time encaixar, como gostam os boleiros, e começar a jogar bem. Porque a Copa do Brasil vale muito e 2 a 0 lá garante ao time uma semana livre de compromissos para treinar em paz.

 

Aposentadoria

Cá entre nós, já tinha passado muito da hora do gordo pendurar as chuteiras, já faz anos que luta de modo absurdo contra as contusões e o tamanho da barriga.

Talvez eu seja apedrejado agora, mas sempre (há testemunhas) disse que Ronaldo era um atacante excelente e só. É claro que sua história de voltas por cima, inclusive com seu desempenho na copa de 2002, são sensacionais. Ou fenomenais, vá lá. Foi um grande artilheiro que tinha problemas em cabecear, dava grandes arrancadas mas seus dribles nunca foram  fluentes (na maioria das vezes, passava pelos zagueiros aos trancos), nunca foi um bom passador, nunca chegou perto de ser um jogador completo.

Foi eleito três vezes o melhor do mundo, acredito que muito mais por ter brilhado em uma época de poucos craques (1996 e 97) e por seu desempenho em uma competição que dura apenas um mês (2002).Só falando em R, acho que fez menos do que Rivaldo, muito menos do que Ronaldinho Gaúcho e Romario foi só umas dez vezes melhor que ele. Nada disso tira seus méritos, de modo algum, mas não o coloca no Olimpo.

De qualquer maneira, não fez pouco, não conquistou pouco. Então, muito boa sorte, saúde e felicidade.

 

Indigna

A garota tramou o assassinato dos pais só para meter a mão na grana, confessou os crimes e, só depois de muitos anos, foi declarada oficialmente ‘Indigna’. Curioso, também, o juridiquês.

 

Muito além da Jabulani

Sei que o mundo não parou por causa da Copa. Mas quase. Um exemplo é a Fórmula 1, que sempre comentei aqui e para o quê não tenho dado a mínima desde que a bola começou a rolar na terra do Mandela.

Ontem, por exemplo, teve corrida. Mas com jogo às 11 e às 15h30, aproveito o pouco tempo que sobra no dia para cuidar de outras coisas, como passear com as cachorras e tomar caldo de cana com pastel na feira.

Sei que algumas coisas importantes foram decididas nos últimos dias, como a confirmação da Pirelli como nova fornecedora de pneus da categoria (antecipada aqui) e a volta da regra dos 107%, da qual discordo e vou comentar outro dia. Ontem, me dei por satisfeito por ver a largada e assistir, boquiaberto, Lewis Hamilton ultrapassar o safety car. E fiquei pasmo ao saber, horas depois, que Barrichelo e sua Williams cruzaram a linha de chegada na quarta posição. Pelo jeito, se não foi uma corrida para a história, parece ter sido animada.

Mas 11 de julho a Jabulani para de rolar e tudo voltará ao normal.

Blá-blá-blá, ti-ti-ti, vrummm-vrummm

Estamos no meio de uma semana de grande prêmio, a dois dias dos carros irem à pista para os treinos livres em Istambul. E notícias e boatos continuam pipocando aqui e ali.

O mais barulhento trata das negociações entre Felipe Massa e Ferrari sobre sua renovação de contrato. Felipe é ligado à Ferrari desde 2001 e seus contratos sempre foram renovados sem estardalhaço, sem que toda a imprensa ficasse de olho no que estava acontecendo. Mas boatos de que Kubika teria um pré-contrato assinado com o time de Maranello para o próximo ano esquentou a coisa. Além disso (e apesar de ser o líder do campeonato), especulações sobre a aposentadoria de Mark Webber ao final de 2010 ajudaram a aumentar o ti-ti-ti.

Massa perdeu seu lugar? Massa vai para a Red Bull? Para a Renault? Victor Martins revelou, nesta semana, que a McLaren sondou o brasileiro no ano passado, às vésperas do GP da Hungria, convite recusado pelo brasileiro pois estaria renovando seu acerto com a scuderia naquele final de semana, algo que não aconteceu graças à mola que voou do carro de Barrichelo. E agora? Seria um bom momento para buscar novos ares? A favor da Red Bull, a notícia de que o projetista Adrian Newey seguirá com o time dos energéticos por um bom tempo.

Enfim, por enquanto não é possível arriscar nada.

Sobre os pneus que serão usados a partir da próxima temporada, a disputa terminou entre Pirelli e Michelin. Mas como disse no dia 14 de maio, a escolhida será a fábrica italiana e o anúncio deve sair nesse final de semana. E aviso logo, nenhum passarinho verde piou aos meus ouvidos. Mas se olharmos os detalhes… A Pirelli já é fornecedora da GP 3, categoria que estreou neste ano. Além de fazer uma proposta muito mais econômica, passaria a fornecer também para a GP 2, calçando os carros do acesso à ponta.

Outra coisa que disse no mesmo dia é que a Hispania até terminaria 2010, mas não correria no ano que vem. Pois não é que a equipe anunciou hoje que encerrou sua parceria com a Dallara? Sem parceiro e sem capacidade de construir, o que vocês acham que vai acontecer? E Bruno Senna afundando junto…

Meu terceiro palpite naquele dia versava sobre as novas equipes que estariam no grid em 2011. E talvez eu erre feio. Oficialmente há cinco times lutando por uma vaga, a 13ª que foi abandonada pela US F1: Epsilon Euskadi, Art Grand Prix, Durango, Stefan GP e Cypher.

Delas, considero que duas estão fora da disputa real. A Stefan tentou esse ano, fez muita pressão, negociou com Toyota, foi apoiada por Bernie Ecclestone, mas não vingou. A Durango não teve capacidade financeira de se manter nas categorias de base.

Mas aí, foi anunciado que o GP dos EUA volta ao calendário em 2012, em uma pista que será construída em Austin, capital do Texas (vem aí mais um ‘Tilkódromo’). Aí, a Ferrari volta a fazer pressão pela possibilidade do terceiro carro, que gostaria de competir administrado por uma equipe americana. Aí, representantes da Cypher anunciam que negociam com uma renomada montadora da F1. E aí, são tantos interesses comerciais que já não duvido que, apesar do último fracasso ianque, essa tal Cypher ocupe a vaga aberta, relegando duas das maiores equipes do automobilismo mundial, com história com carros de fórmula, turismo, protótipos e até rali, à briga por uma possível (e até provável) segunda vaga.

Será que Jean Todt, o novo presidente da FIA, cometeria esse erro logo depois das cagadas que Max Mosley fez? Ou será que a Sauber, que também tem muitos problemas financeiros, também deixaria a F1, abrindo – ao todo – três novas vagas?

Todas esses boatos e especulações e chutes e palpites e dúvidas com apenas um terço do campeonato completo. E falei um monte de coisas, mas não disse nada sobre o que é mais importante, a corrida de domingo. E que Massa, se ainda quiser sonhar com disputas em 2010, tem a obrigação de fazer um grande resultado na pista em que ele já venceu três vezes. E pra não ficar só nisso, o já tradicional vídeo de apresentação da pista, produzido pela Red Bull e comandado por Mark Webber. A tal curva 8 é sensacional até no vídeo game, vejam só.

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

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La Côte d’Azur sur les pilules

Domingo tem corrida em Mônaco. Uma pista que praticamente não mudou em 70 anos, o que nos faz chegar facilmente à conclusão de que a F1 não cabe ali. Se compararmos então com todos os autódromos e suas exigências de segurança, não dá pra entender como é que a F1 ainda vai ao principado. Dá pra perceber isso no vídeo abaixo, em que Mark Webber apresenta a pista.

Mas há a tradição e a grana, e tudo o que pode derivar destes dois aspectos. Enfim, a corrida em que não se pode pensar em errar, devido à proximidade constante dos guard rails, pode até ter surpresas. Mas se o tempo estiver bom e a largada for tranqüila, sem problemas na primeira curva, quem completar a primeira volta na frente deve terminar a corrida na frente. Mas há algumas variáveis que devemos levar em conta.

A classificação pode embaralhar muito o grid. Não é por ter 24 carros numa pista pequena e apertada. É por ter quatro carros andando a passo de cágado e dois a passo de cágado centenário. Esse tráfego pode provocar surpresas. E, se dois ou três dos favoritos largarem no fundo, não necessariamente conseguirão escalar o pelotão. Porque para ultrapassar em Mônaco, o cara da frente tem que deixar, bater ou dormir. Para quem duvida, basta lembrar o que Enrique Bernoldi (com uma Arrows) fez com David Coulthard em 2001, segurando o escocês por mais da metade da corrida.

A chuva é outra variável importante e há grande chance dela dar as caras e animar bastante a corrida. Nesse caso, não se deve esperar nada de Massa, Rubinho pode andar bem, Hamilton é favorito à vitória e as nanicas…

Das nanicas, ninguém deve esperar nada em hipótese alguma. Quando se fala em chuva em Mônaco, é comum lembrar do que Ayrton Senna fez com a Toleman em 1984. Seco ou molhado, Mônaco é uma pista que pede um carro extremamente equilibrado, com forte aderência mecânica. Aquela Toleman tinha um chassi sensacional e um piloto excepcional. Nada parecido com o cenário atual.

Nas CNTP, Red Bull e Ferrari (Alonso) devem brigar pela primeira fila. Mas como tudo é muito lento e os grandes pilotos podem sobressair, não me assustaria se visse Kubica, Hamilton e Schumacher na briga. Para a corrida, em qualquer condição, não descartaria Button e Rosberg.

Petites mises

Infelizmente, não estou no principado. Mas boatos correm soltos por lá, é possível ouví-los do Rio. Não vou comentar todos os pilotos que foram indicados como substitutos de Massa na Ferrari nem a especulação sobre sua ida para a Red Bull. Mas vou fazer pequenas apostas para a temporada 2011 e depois veremos o que acertei:

– As equipes pediram para a Bridgestone continuar na F1 e a Michelin quer voltar, mas é a Pirelli quem calçará os carros a partir do ano que vem.

– Hispania terminará o ano na marra e não correrá em 2011.

– Para a vaga aberta e em substituição ao time espanhol, Epsilon Euskadi e Art Grand Prix disputarão a próxima temporada.

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

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Imagens

Lembram daqueles calendários, pendurados nas paredes das oficinas mecânicas? Quando era criança, lá pelos idos dos 80, as preferidas eram Gretchen e Rita Cadillac. Mas nem tudo, nem todos, fazem coisas tão óbvias.

Recebi de um amigo o link para o Pirelli Calendar Club, arquivo digital com imagens dos calendários Pirelli desde a década de 60. Abaixo seguem 20, como minhas preferidas.

Sensacional perceber as mudanças de estilo, cores, conceitos e tratamento de acordo com as respectivas décadas. Espero que gostem.

1964 • Modelo: Sonny Freeman Drane

1964 • Modelo: Sonny Freeman Drane

1966 • Fotógrafo: Peter Knapp

1966 • Fotógrafo: Peter Knapp

1968 • Modelo: Ulla Randall • Fotógrafo: Harri Peccinotti

1968 • Modelo: Ulla Randall • Fotógrafo: Harri Peccinotti

1970 • Modelo: Alexandra Bastedo • Fotógrafo: Francis Giacobetti

1970 • Modelo: Alexandra Bastedo • Fotógrafo: Francis Giacobetti

1971 • Modelo: Ângela McDonald • Fotógrafo: Francis Giacobetti

1971 • Modelo: Ângela McDonald • Fotógrafo: Francis Giacobetti

1974 • Modelo: Chichinou • Fotógrafo: Hans Feurer

1974 • Modelo: Chichinou • Fotógrafo: Hans Feurer

1984 • Fotógrafo: Uwe Ommer

1984 • Fotógrafo: Uwe Ommer

1986 • Fotógrafo: Bert Stern

1986 • Fotógrafo: Bert Stern

1988 • Fotógrafo: Berry Lategan

1988 • Fotógrafo: Berry Lategan

1989 • Modelo: Susan Allcorn • Fotógrafo: Joyce Tenneson

1989 • Modelo: Susan Allcorn • Fotógrafo: Joyce Tenneson

1990 • Fotógrafo: Arthur Elgort

1990 • Fotógrafo: Arthur Elgort

1992 • Fotógrafo: Clive Arrowsmith

1992 • Fotógrafo: Clive Arrowsmith

1993 • Fotógrafo: John Claridge

1993 • Fotógrafo: John Claridge

1994 • Modelo: Cindy Crawford • Fotógrafo: Herb Ritts

1994 • Modelo: Cindy Crawford • Fotógrafo: Herb Ritts

1994 • Modelo: Cindy Crawford • Fotógrafo: Herb Ritts  1997 • Fotógrafo: Richard Avedon

1997 • Fotógrafo: Richard Avedon

1998 • Modelo: Kiara • Fotógrafo: Bruce Weber

1998 • Modelo: Kiara • Fotógrafo: Bruce Weber

2002 • Modelo: Selma Blair • Fotógrafo: Peter Lindbergh

2002 • Modelo: Selma Blair • Fotógrafo: Peter Lindbergh

2003 • Locação: Campânia, Itália • Fotógrafo: Bruce Weber

2003 • Locação: Campânia, Itália • Fotógrafo: Bruce Weber

2006 • Modelo: Gisele Bundchen • Fotógrafos: Mert Alas e Marcus Piggot

2006 • Modelo: Gisele Bundchen • Fotógrafos: Mert Alas e Marcus Piggot

2008 • Modelo: Agyness Deyn • Fotógrafo: Patrick Demarchelier

2008 • Modelo: Agyness Deyn • Fotógrafo: Patrick Demarchelier