E pra quem gosta do barulho de motor, o ano já começou. O Rally Dakar (que mais uma vez está na América do Sul) já está no segundo dia de competição real. No dia primeiro, como hábito, aconteceu a largada promocional em Buenos Aires e ontem foi realizada a primeira etapa, entre Victoria e Córdoba, com 192km cronometrados para motos e quadriciclos e 222km para carros e caminhões.
Apesar de disputado do lado de casa, entre Argentina e Chile, o número de brasileiros neste ano é bem reduzido, muito por causa dos altos custos de uma participação, por mais despretensiosa que seja.
E no primeiro dia, bons resultados dos brazucas. Entre as 167 motos que largaram, Zé Hélio Rodrigues Filho (BMW) foi o oitavo, Jean Azevedo (KTM) terminou na 15ª posição e o estreante Vicente de Benedictis (Honda) foi o 71º.
Entre os 137 carros, Guilherme Spinelli (Mitsubishi Lancer) terminou o primeiro estágio em nono*, excelente posição pois se manteve próximo dos favoritos Volkswagen e BMW. Pela equipe Petrobras, o estreante Marlon Koerich (Mitsubishi Pajero) foi o 20º mais rápido do dia.
Não há brasileiros competindo com quadriciclos e entre os pesos-pesados, apenas o caminhão Tatra nº 508 de André de Azevedo, também da equipe Petrobras. Acompanhado pelo tcheco Jaromir Martinec e o brasileiro Maykel Justo, o time conseguiu o melhor resultado tupiniquim do dia, com a quinta posição. Ao todo, são 63 caminhões na disputa.
Hoje, os pilotos ainda estão na estrada, disputando o segundo estágio entre Córdoba e San Miguel de Tucumán. Os trechos cronometrados são de 300km para motos e quadriciclos e 324km para carros e caminhões.
Não sei vocês, mas gosto muito desse negócio de rally e todos os anos acompanho o Dakar e os Sertões com boa dose de atenção, especialmente o primeiro. E pra quem não está muito acostumado e acha que bom resultado é só a vitória, aviso que a prova é muito muito dura e não é fácil terminá-la. O caminhão brasileiro já há alguns anos briga pelos primeiros lugares e as chances de pódio são muito boas. Entre as motos, acredito que Zé Hélio e Jean terminarão entre os dez primeiros.
Entre os carros é mais difícil e o quadro não deve mudar muito até o final. Tanto Spinelli quanto Marlon são excelentes e podem crescer na classificação, mas não dá pra garantir isso.
Apesar de termos ótimos pilotos por aqui, não há cultura de rally muito difundida e sem patrocínios para disputar o calendário mundial e ser reconhecido pelas grandes equipes de fábrica, não dá pra esperar milagres no Dakar. Então, o negócio é acompanhar a prova pelo prazer e torcer para que a turma cruze a linha de chegada. Vivos e nas melhores posições possíveis.
*revisado graças ao comentário do Armando.