Não faz muito tempo, voltando da escola pra casa, a mocinha começa a soltar suas pérolas.
– Pai, eu sou uma pré-pré-adolescente
– Como assim?
– É, a Isabel é criança. Eu sou uma pré-pré-adolescente. O João é pré-adolescente. E a Gigi é adolescente.
– E eu?
– Você é adulto uai!
– Sim, mas sou velho, novo, velhinho…?
A moça ficou na banana, coçou a cabeça e, talvez por piedade, tratou de mudar de assunto. Ela ainda tinha 6 anos. Hoje ela faz 7.
Pombas, faz sete anos que a mocinha chegou. Faz sete anos que eu nasci como pai. Ok, os mais radicais diriam que isso aconteceu há sete anos e (mais ou menos) nove meses. Mas toda a preparação, tudo o que foi planejado, até o que li e estudei antes da sua chegada (e confesso que nem fui muito aplicado nessa parte), não valeu de nada.
Faz sete anos que o peso do mundo duplicou ou quadruplicou ou muito mais sobre meus ombros. Faz sete anos que há luz em minha vida.
Diz o Dicionário de Nomes Próprios que “Helena é um nome feminino que teve origem com o grego Heléne, a partir de heláne, que significa tocha. O termo hélê quer dizer raio de Sol, fazendo com que o significado de Helena seja a reluzente ou a resplandecente.”
E não, não pensamos nisso pra escolher seu nome, mas seu significado é perfeito.
Faz sete anos que tento encontrar definições plausíveis para a palavra amor, para o amor que sinto a cada vez que cruzamos olhares, a cada vez que sorrimos, a cada vez que brigamos, a cada vez que só ficamos em silêncio, a cada vez que lhe seco uma lágrima ou lhe conquisto um sorriso ou uma gargalhada, a cada vez que damos as mãos para atravessar uma rua, a cada machucado que preciso cuidar com uma delicadeza que nem eu sabia que tinha, a cada vez que velo seu sono. Faz sete anos que desisti de procurar explicação e apenas viver esse amor.
Faz sete anos que existe luz em minha vida.
Obrigado Helena!
Feliz Ano Novo!!!
CurtirCurtir